Foto: Eufrásio Lima/ Sítio Boa Vista
O coordenador do projeto, professor Claudionor Dutra, explica que o trabalho dá entrada no Ministério para a solicitação da Indicação Geográfica que contempla uma região formada por doze municípios. O objetivo é garantir a proteção do produto diferenciado e de qualidade que é própria do Planalto da Conquista, e “a Universidade foi fundamental no processo. O trabalho não é uma coisa simples, desde 2009 nós estamos trabalhando nesse projeto, e foi a Uesb que coordenou tudo isso, através dos seus professores, com o financiamento da Fapesb”, ressalta Dutra.
Para o representante do Ministério da Agricultura, Paulo César Oliveira, a participação da Universidade está relacionada com a credibilidade, necessária para o desenvolvimento de um trabalho como esse. “A academia é que busca a ciência, que busca a identificação do produto com o conhecimento e com o saber. Esse trabalho é de fundamental importância e a gente tem a sorte de ter a Uesb tomando a iniciativa disso, com seus profissionais de excelência, dando credibilidade e sustentação científica ao projeto”, destacou.
De acordo com Oliveira, os frutos da IG são colhidos não só pela região, como por todo o país, e o foco está em viabilizar o retorno justo ao produtor. “O Planalto de Vitória da Conquista tem a característica de produzir cafés de qualidade, diferenciados no mercado. Isso, inclusive, já atraiu empresas e consultores internacionais, que vieram em busca do conhecimento que o produtor local conseguiu com o passar dos anos, com a tradição da produção. O que se está buscando com uma iniciativa como essa é que o produto possa remunerar o produtor de forma adequada”, pontua.
Com a valorização do café produzido na região, o benefício voltado para os produtores chega à agricultura familiar. É o que comemora Eufrásio Lima, produtor da região premiado nos dois últimos anos por seu produto, considerado o melhor café do país: “obter um selo dessa magnitude é maravilhoso pra mim e pra todo o Sudoeste. Essa é uma luta, em que a gente vem se reunindo e buscando essa certificação, que finalmente agora está chegando. É muito importante pra gente, principalmente da agricultura familiar, que só tem a ganhar com isso, agregar valor e ter o produto reconhecido”.
O representante do Ministério esclarece que a entrega do trabalho final é o primeiro e mais importante passo para se conseguir uma IG. Nessa etapa é feita a identificação dos atores, da tradição, do produto e da sua estandardização. Agora o Ministério da Agricultura encaminhará o trabalho para outras instituições, e por fim para o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), responsável por conceder o registro e emitir o certificado.
Informações Uesb/Por Mariana Lacerda/ Uesb