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Resumo semanal do mercado: pesadelo das origens

POR RODRIGO CORREA DA COSTA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/07/2009

5 MIN DE LEITURA

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Comentário Semanal - de 6 a 10 de julho de 2009

O começo das férias escolares não está lá tão relaxante como queriam aqueles que estão descansando. O humor dos mercados voltou a ficar instável desde o final da semana retrasada com os números negativos do mercado de trabalho americano, que como já comentei aqui, é o principal termômetro (do fim?) da crise, ou o que de fato devolverá a confiança aos consumidores que tanto se precisa para economia mundial. Nem mesmo as expectativas melhores de "crescimento" do PIB mundial por parte do FMI serviu de alento para os investidores, que resolveram tirar um pouco de suas fichas da mesa durante a semana.

Também não ajudou a estória vinda do CFTC, o órgão fiscalizador dos mercados futuros nos Estados Unidos, que disse que está montando um grupo de estudo para analisar a influência dos especuladores nos mercados de energia e que insinuou em seus comentários que pode limitar a atuação dos mesmos nos mercados de matérias-primas "finitas", como o petróleo e o gás natural. Embora as commodities agrícolas tenham sido deixadas de fora do comentário, o alerta de regras eventualmente mais duras para o mercado futuro de algumas commodities acabou assustando os participantes de outras commotidites que não querem ficar à mercê de novas regras (na verdade, o mercado não suporta mudanças de regras).

Junto com a maré baixa dos ânimos e de um período que sazonalmente é negativo, o café encerrou a semana com perdas de US$ 4.50/saca em NY, US$ 2.95/saca em SP e com alta de US$ 1.44/saca em Londres. Como se pode perceber, o arábica tem sofrido mais em NY apesar da disponibilidade limitada dos café entregáveis nesta bolsa, enquanto que em plena colheita brasileira, a BM&F tem caído menos, mostrando uma resiliência respeitável dos produtores locais que também se escoram um pouco na demanda do Brasil, que segundo a ABIC aumentou em 15% nos cinco primeiros meses de 2009 comparado com o mesmo período de 2008. O robusta em Londres, depois de cair bastante e apesar dos recordes de 6 milhões de sacas certificadas contra a bolsa, tem encontrado um suporte interessante, tendo o mercado físico se mostrado bastante firme, principalmente pelos cafés de melhor qualidade.

A pressão maior em Nova Iorque se deve também por ser o mercado mais líquido entre os três e por ter uma participação maior dos especuladores, que assim como ajudaram os produtores a venderem seus cafés a 140 cts/lb em maio, ajudam agora as indústrias a comprarem café futuro a níveis que não vemos desde março.

O mercado físico em geral está calmo. Na Colômbia os diferenciais firmaram um pouco mais para algo em torno de 65 cts/lb acima de NY, e alguns participantes notaram a presença de colombianos no Peru, procurando algumas barganhas para "suprir o mercado interno" do primeiro. Fontes diversas apontam para uma perda de participação de mercado razoável para o café colombiano, confirmando o que havíamos previsto aqui neste espaço. No Brasil os diferenciais de reposição estreitaram um pouco mais com a queda da bolsa sendo negociados ao redor de 13 e 15 cents abaixo, enquanto alguns exportadores tem vendido FOB a algo próximo a 22 cts/lb de desconto, o que imaginamos ser café que vem sendo carregado há algum tempo e que precisa ser desovado antes que não se aceitem mais embarques da safra 08/09. A dicotomia porém não ajuda muito o país, já que o importador continua tendo acesso a seu café a diferenciais baratos (115 - 22 = 93 cts/lb).

O Ministério da Agricultura publicou nova portaria para o leilão das opções de café com o primeiro leilão acontecendo na quarta-feira, dia 15. Vamos ficar de olho no prêmio em que será negociado o direito de vender café ao governo em novembro a R$ 303.50/saca para um total de 1 milhão de sacas. Notem que o mercado físico hoje negocia a R$ 240.00/sc. O sucesso do leilão pode ajudar a travar ainda mais o mercado físico com o produtor sonhando em vender sua produção a preços melhores.

O clima no "cinturão do café" brasileiro deve ficar mais frio segundo alguns institutos meteorológicos, com alguns alertando para temperaturas próximas de zero para o começo da outra semana. Como o seguro morreu de velho, a venda pode ficar ainda mais tímida até que se tenha um prognóstico mais confiável.

Para finalizar, voltamos nossa atenção para o posicionamento dos participantes divulgados na sexta-feira pelo CFTC. Mais uma vez vimos que a posição bruta comprada dos fundos não tem caído mais nos dando a impressão de ter chegado em um platô, haja vista que depois de quase 30.00 cts de queda não tenha havido uma liquidação ainda maior. Por outro lado a posição bruta vendida tem aumentado de pouco em pouco. O risco para uma queda maior paira justamente na dúvida de quanto mais os fundos podem adicionar de posição vendida. Se eles voltarem a ter 30 mil lotes vendidos (bruto), o dobro do atual, o mercado infelizmente não vai conseguir segurar e pode testar os 105.00 ou 100.00, porém com o técnico dando sinais de um mercado sobre-vendido e com a indústria se interessando em comprar novas baixas, nos parece que estamos próximos de ver uma reversão da baixa. O mercado talvez não tenha força neste momento para voltar aos 130.00 cts/lb, mas acreditamos que os preços vão acima de 120.00 cts/lb de novo.

É bom porém que isto não demore a acontecer, caso contrário os produtores podem perder o fôlego e se verem forçados a vender seus cafés a qualquer preço, que é o grande pesadelo que têm tido.

Tenham todos uma ótima semana e muitos bons negócios.

Obs.: este relatório, preparado pela Archer Consulting - Assessoria em Mercados de Futuros, Opções e Derivativos Ltda, é divulgado somente com o objetivo de prover informações e não representa, em nenhuma hipótese, uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro ou serviço. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data na qual este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Archer Consulting garantia de exatidão das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas, e não devem ser consideradas como tal. As opiniões contidas neste relatório são baseadas em julgamentos e estimativas, estando, portanto, sujeitas a mudança.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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