O mercado físico brasileiro de café vive momento de estagnação sustentado pelos produtores, que, contrários à baixa vinda das bolsas internacionais, retiram seus lotes de venda. Alguns dados que influenciam a atitude dos cafeicultores são apresentados pelo Escritório Carvalhaes. “Com a forte crise econômica e política, inflação se aproximando dos 8% ao ano, dólar ultrapassando a barreira dos três reais e, portanto, custos de produção em alta, consideram mais prudente ficar com o café do que aceitar vendê-lo por preços que acreditam artificialmente pressionados e fora da realidade”, aponta o último Boletim da instituição.
Ainda segundo o Escritório Carvalhaes o avanço das investigações sobre a operação “Lava Jato” e a Petrobrás, denigrem e fragilizam a imagem do Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, facilitando a pressão baixista na ICE Futures US em Nova Iorque.
O Boletim, emitido na última sexta-feira (6/3), informa que a semana não teve grandes alterações, já que os fundos e especuladores continuaram pressionando as cotações em Nova Iorque, aproveitando as notícias de chuvas sobre os cafezais do sudeste brasileiro e a forte valorização do dólar frente ao real.
A semana no mercado
Depois de terem fechado com 215 pontos de baixa na segunda-feira, os contratos de café com vencimento em maio próximo na ICE, amargaram uma baixa de 860 pontos na terça-feira, fechando abaixo de US$ 1,30 por libra peso! Assustou até os mais pessimistas, o que levou as cotações a se recuperarem no restante da semana mesmo com a forte valorização do dólar, que fechou hoje valendo 3,05 reais.
Até o dia 5, os embarques de março estavam em 233.016 sacas de café arábica, 3.600 sacas de café conillon, mais 17.327 sacas de café solúvel, totalizando 253.943 sacas embarcadas, contra 330.418 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 553.280 sacas, contra 594.184 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 27, sexta-feira, até o fechamento da úttima sexta-feira, dia 6, caiu nos contratos para entrega em maio próximo, 60 pontos ou US$ 7,93 (R$ 24,27) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 27 a R$ 530,43 por saca e hoje, dia 6, a R$ 566,10 por saca. Também no último dia 6, os contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fecharam com alta de 485 pontos, informou o Escritório Carvalhaes.