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Arabica x Robusta: Quando dois mundos se encontram

POR ENSEI NETO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 01/04/2010

11 MIN DE LEITURA

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Sobre as origens

Para o mercado, duas são as espécies de café com importância econômica: Coffea arabica e Coffea canephora. São ainda plantadas em pequena escala as espécies liberica, na África e Índia, e a racemosa, na África.

Dentre as variedades mais conhecidas da espécie canephora estão a Robusta e a Conillon, sendo esta comumente cultivada no Brasil. Já a espécie arabica possui um leque de variedades com grande importância econômica, sendo grande parte fruto das pesquisas desenvolvidas por empresas brasileiras como, por exemplo, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais (EPAMIG) e o Instituto de Pesquisas Agronômicas do Paraná (IAPAR). Tem grande destaque as variedades Mundo Novo, Catuaí, Icatu e Catucaí.

Em relação ao formato da planta ou sua "arquitetura", a espécie canephora lembra uma moita ou um arbusto, enquanto que a arabica se parece com uma árvore com forma quase triangular (o Acaiá, por exemplo, é sempre lembrado como "árvore de natal"...).

As plantas da espécie arabica foram encontradas nos altiplanos da Etiópia; tem como característica genética a presença de 44 cromossomos, o que a torna virtualmente uma planta com maiores requintes (e, portanto, "exigências") do que a canephora, que possui 22 cromossomos, originário das planícies do Leste Africano.

Assim, há para as variedades arabica a necessidade de estarem em ambiente com temperaturas mais amenas, fator que influencia diretamente no seu desempenho metabólico e que, por conseguinte, tem forte impacto no processo de maturação e caracterização sensorial.

Lavouras da espécie canephora desde o Século XVIII são majoritárias em alguns países do Sudeste Asiático, como a Indonésia, que até meados do Século XIX era o maio produtor mundial de café, e da África, como Costa do Marfim. Hoje o posto de maior produtor de café dessa espécie é o Vietnã, seguido de perto pelo Brasil. Nosso país, segundo levantamentos feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em 1870, já era considerado como aquele com maior potencial de crescimento como produtor de café, principalmente da espécie arábica, posição que conquistou no final daquele século. Pode surpreender esta informação, mas a verdade é que técnicos daquele órgão do governo norte-americano já coletavam, analisavam e mantinham informações sobre a cafeicultura desde aquela época, mesmo sendo, até então, um país de consumo marginal perante a Europa.

Influência geográfica

Os países produtores de café, todos considerados tropicais, estão localizados na faixa entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, ficando as lavouras com plantas da espécie arábica geralmente em locais de maior altitude, principalmente quanto maior a proximidade com a linha do Equador. As principais regiões produtoras podem ser agrupadas nos chamados Cinturões de Café: Américas, que inclui a Central e a do Sul, África e Ásia.

O efeito das Quatro Estações do Ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno), criado por uma maravilhoso truque da Natureza, a inclinação do eixo da Terra, uma outra divisão pode ser observada: países produtores localizados no Hemisfério Norte e outros no Hemisfério Sul.

Esta divisão geográfica é muito importante para se compreender como a oferta de café pelos países produtores é regulada ao longo do ano. Por exemplo, o período da colheita geralmente inicia-se no final do outono, que no Brasil corresponde ao mês de maio, enquanto que na Guatemala e América Central, em novembro. Ou seja, existe uma diferença de exatos seis meses entre os trabalhos executados pelos produtores do Hemisfério Norte e do Sul, o que explica, também, a evolução das cotações do café nas principais bolsas de negócios ao longo do ano.

No período final do Século XIX, boa parte das lavouras brasileiras ainda se localizavam no Vale do Rio Parnaíba do Sul a partir do Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, principalmente na região de Botucatu, de onde saíram as plantas que originaram o Bourbon Amarelo.

As plantas arabica e canephora se distinguem também na produtividade. A produção da espécie arabica é crescente a partir do terceiro ano após o plantio até chegar à idade adulta, por volta do sexto ou sétimo ano, dependendo da localização da lavoura, quando começa um fenômeno conhecido por bienalidade.

A bienalidade é quando ocorre uma alternância de safras maiores com outras menores e que pode se tornar crônica. Existem diversos trabalhos científicos visando minimizar esta questão, seja por controle do stress provocado pelo calor ou falta de água, seja por um programa nutricional específico. Enquanto isso, as plantas da canephora mantêm produtividade praticamente constante ao longo dos anos.

Arabica ou Robusta?

Para os produtores, as diferenças nas questões sobre produtividade ou sensibilidade às doenças e pragas, muito maior nas plantas da arabica do que robusta (observe que quando escrito com "r" minúsculo, estamos nos referindo à espécie, que no caso é sinônimo de canephora) , são muito relevantes, porém, para a indústria e consumidores, os aspectos químicos e sensoriais acabam contando mais.

Comparemos o teor de cafeína, que fica entre 1,1% a 1,3% m/v nos grãos de arabica, enquanto que no robusta, entre 2,2% e 2,5% m/v. No entanto, é preciso compreender que o ponto de torra de café e forma de preparo ou serviço são decisivos para o conteúdo de cafeína na xícara. A cafeína acaba se decompondo durante a torra, muito mais caso o ponto de torra seja mais escuro.

Quanto ao tipo de serviço, como espresso, prensa francesa (french press) ou o coador normal, hoje mais comuns aos brasileiros, cada qual pode apresentar um teor diferente de cafeína na bebida. Há uma relação direta entre a moagem dos grãos torrados, juntamente com o tempo de contato com a água durante a extração do café, e o teor de cafeína na xícara. Todos estes fatores influem diretamente no processo de extração do café. Na realidade, preparar um cafezinho nada mais é do que, sob o ponto de vista científico, extrair cafeína!

Tecnicamente, sua extração em água depende do tempo de contato, ou seja, quanto maior o tempo de contato da água com as partículas dos grãos moídos, mais cafeína é extraída. Deve ficar claro que quanto maior sua concentração nos grãos torrados, mais cafeína será obtida ao final.

Uma coisa é certa: o fator limitante para o consumo de café é a cafeína. Cada pessoa possui um limite de consumo desse estimulante natural, bem como um tempo necessário para o seu metabolismo, que via de regra é em torno de quatro horas. Ou seja, se você beber muito café e atingir o seu limite de cafeína ingerida, será necessário aguardar em torno de quatro horas para que, uma vez metabolizada pelo organismo, a "vontade" de beber café volte.

Portanto, consumir bebidas com maior teor de cafeína conduz ao limite de ingestão de cafeína mais rapidamente e, logo, ficamos "satisfeitos" por beber café mais rapidamente.

Existem também diferenças notáveis em relação aos teores de óleos e de açúcares, bem como em relação aos perfis de cada um desses grupos. São essas diferenças que os tornam distinguíveis quando degustamos cada tipo de café, entre elas a sensação de corpo, que tem, digamos, contribuições específicas a partir de cada espécie empregada num blend.

Para o consumidor

Grãos de robusta passaram a fazer parte do preparo de café solúvel porque neste processo o custo da matéria-prima tem grande peso no valor final do produto. O processo industrial para a produção do café solúvel foi desenvolvido com o objetivo de possibilitar seu uso em preparos simplificados, como é necessário em acampamentos, por exemplo, ou para auxiliar, como ocorreu ainda na primeira metade do Século XX, no aumento de consumo dos grãos. Com a configuração do diferencial de preços entre os grãos de arábica e robusta, bem mais baixos no caso destes últimos, junto com o maior teor de sólidos solúveis presentes neste grão, a indústria de Café Solúvel fez a opção lógica de empregar este último.

Com o tempo, o café solúvel passou a desempenhar o papel de produto de introdução ao consumo de café, principalmente em países que não cultivam este hábito, pois combina praticidade, preparo simplificado e custo de aquisição relativamente mais baixo. Tão fácil de preparar quanto as sopas em envelope!

No entanto, hoje existe no mercado café solúvel elaborado com grãos 100% arábica, que após a adição de água ou leite quente, se transforma num delicioso cafezinho.

E aqui surge uma questão crucial: qual é o tipo de grão que possui maior leque de notas de aroma e sabor?

Devido à sua característica genética, grãos de arabica apresentam uma rica gama de notas de aroma e sabor, conferindo, ainda mais, a condição de "Produto de Terroir". Fatores como clima, posição geográfica e variedades empregadas, além do manejo feito pelo produtor, são decisivos na tipificação do produto. Simplesmente, cada grão de uma mesma variedade pode se expressar sensorialmente de forma diferente em cada origem.

Existem diferenças também quanto ao teor de sólidos solúveis encontrados nos grãos de robusta, muito maior do que nos de arabica, o que explica, em parte, a maior percepção de corpo quando um blend contém aqueles grãos. Também, os grãos de canephora apresentam menor acidez do que os grãos de arábica, assim como o teor total de açúcares.

Os grãos de robusta nem sempre receberam a mesma atenção quanto ao manejo como os de arábica, talvez pelo prejulgamento que sempre se fez quanto às suas características sensoriais. Devido à sua condição de "primo pobre", o tratamento dispensado pelos produtores durante a colheita e secagem usualmente sempre foi muito pouco cuidadoso.

Porém, recentemente essa regra começou a se modificar. Por exemplo, vem da Índia, da região de Karnatka o robusta mais valorizado do mercado, cujo preparo tem requintes de cuidados a ponto de o produto ter apresentação e presença na xícara considerados impecáveis. Também no Brasil alguns produtores vêm desenvolvendo técnicas de preparo e secagem com maior atenção, resultando em grãos de melhor qualidade.

Assim como os produtores de arabica, os de robusta estão compreendendo que o principal elemento na composição dos preços é a Qualidade da Bebida e existem diversos movimentos entre os produtores para esse aprimoramento. Algumas empresas do governo como o INCAPER, do Espírito Santo, vem desenvolvendo linhas de pesquisa tanto na área genética quanto na de qualidade de bebida, obtendo surpreendentes resultados.

O emprego de grãos de arabica e robusta nos blends internacionais e mesmo brasileiros é um caminho sem volta, dada as dimensões de volume e quantidade de produtos em prateleira. É muito mais resultado de extenso trabalho técnico do que uma simples substituição de matéria-prima.

Observe que sempre as bebidas envolvendo cada um dos grãos será diferente, pois assim como existem consumidores que se encantam com vinhos de altíssima qualidade, preciosamente selecionados, outros se satisfazem com vinhos com grande adição de açúcar e, naturalmente, muito mais em conta na hora de passar pelo caixa do supermercado. Portanto, o mercado consumidor é muito grande e tem espaço para todos, mas é imprescindível trabalhar com tecnologia e conhecimento para domá-lo.

Deve ficar clara a importância de se criar mecanismos para punir severamente fraudadores que adicionam impurezas e grãos de baixa qualidade (PVAs e com terra, por exemplo), bem como os fornecedores desse tipo de mercadoria. Enquanto houver pessoas vendendo palha melosa e grãos compostos quase que apenas de Pretos, Verdes e Ardidos, existirão compradores. Estatisticamente este tipo de comércio é mais intensivo nas origens produtoras de café e em geral correndo na informalidade.

O maior conhecimento sobre os produtos, via diferentes modelos educativos, faz com que o mercado se aprimore, ou seja, passe a buscar e exigir produtos de boa qualidade. Foi o caminho trilhado pelos vinhos e por algumas origens de café como a Colômbia e a Guatemala: Educação + Marketing + Experimentação + Promoção!

Marketing e Promoção em geral é investimento saudável, mas é como cuidar de uma plantinha: tem de regar e adubar com freqüência para que não morra de inanição. Ações pontuais sem continuidade se esvaem da memória do consumidor como fumaça em campo aberto.

Para que estes trabalhos surtam efeito é fundamental a união e aliança dos produtores, modelo empregado nos dois países que citei, Colômbia e Guatemala, onde uma organização representa todos os produtores e estabelece ações a serem praticadas. Há uma impressionante coesão quando se conversa com os dirigentes e produtores desses países em relação à percepção do nível de importância e relevância dos trabalhos de suas organizações de liderança.

Compreender que o café é um típico produto de "terroir" e verificar a extensão que o Cinturão Brasileiro de Café ocupa no alinhamento Norte-Sul, desde a Bahia até o Paraná, aqui em regiões subtropicais, permite inferir que uma vasto mosaico de aromas e sabores podem ser encontrados nos Cafés do Brasil. Daí ser verdadeira a afirmação que o Brasil "é um país com muitos sabores"!

Regiões montanhosas, íngremes, de grande altitude, ora planaltos tão amplos e com horizontes a perder de vista, lavouras em áreas que tem umidade tão baixa como nos desertos ou localizadas em extintos vulcões evidenciam a riqueza de aromas e sabores que pode ser percebida nos diferentes cafés. Notas florais adocicadas, frutadas lembrando frutas secas como nozes e amêndoas ou até uvas moscatel e pêssegos, caramelo, chocolate ou baunilha. Cafés com maior ou menor acidez. São todas notas de aroma e sabor que podem ser encontradas em excelentes grãos de arabica, principalmente.

Cada tipo de grão tem o seu papel no vasto mundo do café.

A mágica combinação destas diferentes características a partir de diferentes origens recebe o nome de blend, em inglês, mescla ou miscela, em italiano.

A arte de combinar os diferentes atributos de diferentes grãos permite oferecer experiências que podem ser inesquecíveis. E querer repetir essas deliciosas experiências cria a fidelidade a uma marca, uma origem ou a uma cafeteria.

E é isso que movimenta esse incrível e apaixonante mercado de café!

ENSEI NETO

Especialista em Cafés Especiais.
Consultor em Qualidade e Marketing, Planejamento Estratégico e Desenvolvimento de Produtos & Novos Mercados.
Juiz Certificado SCAA e Q Grader Licenciado.

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SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/07/2016

Leonardo,



há, sim, protocolos para avaliação de robustas e de classificadores certificados pelo CQI, que são os R Graders.  

Lembro que robusta com "r" minúsculo é sinônimo de Coffea Canephora, enquanto que com "R" maíusculo é destinado a nomes próprios e, portanto, para variedades, como Robusta e Conilon.



Deve ser levado em conta que muitos conceitos sofrem mudanças ou até são procrastinados em nome da evolução da vida (que, aliás, é tema de um novo texto...) e que a revisão faz parte da história. No entanto, no quesito qualidade, conduzir a uma boa experiência é algo que nunca sairá de moda; ou quem não o fizer, esse sim, será "saído"...



Para terminar: as variedades modernas, como denomino, que vem sendo massivamente plantadas em razão de sua maior produtividade, resistência à doenças e estabilidade de produção, são resultado de hibridização natural, tendo, portanto, parte de sua genética com DNA dos canephoras.



E, como digo, assim caminha a Humanidade! ;)
LEONARDO CONCON

MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 14/07/2016

Renato, muito esclarecedor.  Então quando falamos de café de qualidade não se refere apenas ao arábica, e sim ao robusta se este for igualmente produzido, beneficiado, e entregue ao consumidor dentro de padrões regulatórios.



O café  que devemos desprezar, ou pelo menos educar entre aspas o consumidor seria o café que não tem esse acompanhamento de qualidade, que é moído cheio de impurezas, pedras, paus etc, vendido nas "almofadas" de mercado.  Eu mesmo encontro em supermercado local café em grãos cheio de impurezas, que são moídos na hora para os clientes, como se isso fosse uma grande vantagem.



Por outro lado, Renato, eu não vi ainda, e não sei se tem, café robusta vendido com rastreabilidade, ou seja, você sabe de onde veio,  Como foi produzida, detalhes que hoje encontramos em café onde científica inclusive a data da torra.



A gente lê muito sobre café especial, citando o 100% Arábica, e com todos esses detalhes, igual vinho de qualidade. Realmente, o preconceito contra o Robusta vem da forma como os Cafezais eram tratados antigamente, ou ainda são em alguma parte do país, acredito.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 14/07/2016

Caro Leonardo,



Há, claro, avaliação de robustas e de conilons (que não são exatamente a mesma coisa), por cor, aspecto e peneira. Estão, inclusive, se tornando cada vez mais comuns as provas de xícara para conilons voltados para o mercado interno brasileiro.



Há, sim, conilons brasileiros em espressos de altíssima qualidade. Alguns puristas chegam a afirmar que não existiria verdadeiro spresso sem a presença de canephoras para agregar corpo à bebida e favorecer a formação da espuma.



Da mesma forma, há arábicas baixos nas marcas de combate de torrado e mopido do mercado interno brasileiro (aliás, seu percentual tem crescido por conta da alta de preços do conilon gerada pela quebra de safra, principalmente no ES).



A Abic teve um program do Selo de Pureza e hoje tem o programa de Qualidade do Café. Sinceramente, não conheço esse conceito de "não tão preto". até onde sei, há abertura no programa de qualidade da Abic para diferentes pontos de torra e para diferentes proporções de arábica e conilon nos blends.



Como você mesmo diz, querer aprender é sempre louvável. E, quanto mais despidos de preconceitos estivermos, mais abertos estaremos para aproveitar oportunidades que se apresentam e poderiam passar desapercebidas.



Abraço,





Renato
LEONARDO CONCON

OLÍMPIA - TOCANTINS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 14/07/2016

Sim, mas continuo com a mesma questão, Renato. Qualidade mesmo, arábica, certo? Até p por questões de que, somente o arábica, é avaliado em termos de cor, aspecto, peneira, etc e tal, e tem pontuação SCAA. Talvez eu não esteja me interpretando bem, mas claro que o Robusta tem o seu papel, nos cafés instantâneos, nos blends e até nos africanos, mas, no Brasil, infelizmente, e há que concordar, o cafezinho preto e básico que a maioria toma não tem qualidade, por isso a ABIC lutou e luta até hoje e todos os que querem um café, enfim, não tão preto, e não tão básico..rs.. Abraços... quero aprender, sempre. Obrigado.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 13/07/2016

Olá Leonardo,



Não é exatamente assim como você parece imaginar.



Há, sim, robusta de qualidade. Principalmente  os africanos e, no Brasil, apenas a título de exemplo, temos o Kazaar da Nespresso, que é 100% conilon brasileiro de qualidade.



Num conceito mais amplo, qualidade é satisfazer as demandas do cliente. No conceito mais estrito, usual, de qualidade de café, a que você parece se referir e que é mais corrente na nossa cadeia produtiva, há, com toda certeza, espaço para arábica e canephora (robustas e conilons) e complementariedade entre eles. Até porque o mundo da blendagem de cafés é muito vasto.



Abraço,



Renato
LEONARDO CONCON

OLÍMPIA - TOCANTINS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 13/07/2016

Ensei... algo me intriga nessa busca por cafés especiais? Especial, de qualidade, só o arábica, certo? Então devemos empreender uma luta (inglória?) contra o robusta? Existe robusta de qualidade ou que se aproxime da qualidade do arábica? Ou qualidade é 'gosto do freguês', e ponto final? Abraços.
FREDERICO DE ALMEIDA DAHER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/06/2010





Prezado Ensei Uejo Neto ;

Seu artigo arabica x Robusta é perfeito , autêntico e de uma clareza liminar .
Sempre que deichamos o passionalismo à margem e com racionalidade nos dedicamos a desvendar dúvidas e incertezas a verdade aflora com clareza.
Parabens !
Continuemos antenados .
Grande abraço
Frederico de Almeida Daher
ENSEI NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/04/2010

Prezado Renato!

Grato pela sua contribuição!

Na verdade foi realmente falha minha grafar CONILON com duplo "l" no artigo, pois inclusive venho comentando sobre a grafia como destaquei.

De qualquer forma, foi ótima sua intervenção cheia de detalhes.

Grande abraço

Neto
ENSEI NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/04/2010

Olá, Sergio!

Dois livros sobre a cafeína são os geralmente recomendados (apesar da dificuldade de encontrá-los e por vezes estarem esgotados): "The World of Cafeine" de Bennett Weinberg & Bpnnie Bealer, trabalha aspectos históricos e dados científicos, e o "Caffeine", de Gene Spiller, essencialmente técnico.

E não se esqueça de que chocolate e café são culturas e produtos irmãos, até nas substâncias que literalmente "fazem a cabeça" de quem consome...

Grande abraço

Ensei Neto
ENSEI NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/04/2010

Prezado Dr. Alemar,

Certamente o Calcanhar de Aquiles dos cafeicultores brasileiros está na sua unidade organizacional. Verifique que nos outros países produtores existe uma liderança que consegue fazer convergir quase todos, criando unidade incontestável.

É isso que tem força ("a união faz a força"...), pois no atual cenário competitivo mundial, escala (= tamanho) é tudo. Portanto, se houver coesão, sem ranços de regionalismos, a chance de sucesso é muito grande, pois se estabelece maior capacidade de negociação (=> fundamento do cooperativismo), permitindo alcançar melhores resultados comerciais aos associados.

Logo, como muitos já abordaram, os ingredientes são estes: União + Liderança + Plano Estratégico + Comprometimento dos Participantes.

Grande abraço,

Ensei Neto
SERGIO VENUTO

RESENDE - RIO DE JANEIRO

EM 06/04/2010

Oi, Ensei. Muito bom a discussão sobre este tema. Quanto aos detalhes da cafeína, caso tenha algum trabalho disponível ou bibligrafia a indicar, por favor, nos envie. Assim poderemos ver a curva de extração da cafeína com relação ao tempo de contato com a água e com o método de extração.

Grande abraço e continuo me deliciando com o seu blog

Sérgio Venuto
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 06/04/2010

Grande Neto,

Conhecimento é sempre bom pra desconstruir mitos e falsas polêmicas. Lembra daqueles conilons que te mandei tempos atrás?

Como nada e ninguém é perfeito, (rsrs) só acrescento uma coisa a seu artigo:

Conilon é com um L! Veja:

"Deve se salientar que 'Conilon' e Kouilou são seleções bastante aparentadas.

Konilon é a denominação de um grupo de cafeeiros da espécie C. canephora com
origem na República dos Camarões. As plantas são menos vigorosas e apresentam folhas e frutos de menor tamanho quando comparado aos cafeeiros do grupo Robusta da mesma espécie.

No Brasil, os cafeeiros introduzidos como Conilon e cultivados predominantemente no Estado do Espírito Santo, recebem a denominação Conilon, uma derivação de Kouilou (BERTHAUD, 1985). O presente estudo manteve a identidade de plantas cultivadas (Conilon) e não cultivadas (Kouilou).

Para AGUIAR et al. (2005) os grãos da cultivar Robusta apresentaram os maiores teores de lipídios, com média de 10,91%, e amplitude de variação de 20,11%. A cultivar 'Conilon', que segundo MATIELLO (1998) é a cultivar de C. canephora mais plantada no Brasil vem logo depois com teor médio de 9,85%.

Trecho de:

VARIABILIDADE DO TEOR DE ÓLEO, DE SEU FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR E DE OUTROS COMPONENTES DA FRAÇÃO LIPÍDICA DO GÊNERO Coffea VISANDO USOS ALTERNATIVOS AOS GRÃOS -

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia INSTITUTO AGRONÔMICO (IAC)

por

TAIS ALERIANA LUCON WAGEMAKER







ALEMAR BRAGA RENA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/04/2010


Parabéns Dr. Ensei!

"Marketing e promoção... é como cuidar de uma plantinha", requer o cuidado diário, com muita delicadeza, e principalmente inteligência. Não adianta rugir como um leão encurralado, e com bravatas, principalmente se os preços estão próximos dos custos de produção. As ações, ademais de muitas vezes necessárias no curto prazo, devem visar o futuro, chegando mesmo a ser utópicas; por que não? Penso que o café merece!

Nesse particular, tenho depositado minhas esperanças na SINCAL. Mas precisamos de mais comunicação! A quantas vamos?

Rena
ADELINO JUNIOR THOMAZINI

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO

EM 05/04/2010

Parabéns ao autor do texto pela precisão e relavância do conteúdo do artigo. É muito bom ver que profissionais renomados como Ensei Uejo Neto tratam de assuntos relacionados com a vaiedade robusta com profisisonalismo, coerência e além de tudo com embasamento técnico.
Com certeza os profissionais, produtores e pessoas envolvidas na produção desta variedade se sentem valorizados quando é veiculado um artigo como esse, realista, coerente e extremamente rico em conteúdo.
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/04/2010

Gostaria de agradecer e parabenizar o articulista pela qualidade do texto e pela quantidade de informações importantes que nos ofereceu.

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