Os produtores guatemaltecos ficaram particularmente “vulneráveis” à queda nos preços do café por causa do revés à produção causado pelo surto de ferrugem que afetou as plantações em muitos países da América Central, disse Alejandro Keller, vice-presidente da Anacafé, grupo da indústria de café do país. “Eles estão enfrentando baixos preços em um momento de produção menor”, disse ele no Global Coffee Forum, em Milão.
As exportações de café da Guatemala foram de 3,08 milhões de sacas no ano passado, queda de 19% em dois anos, à medida que a oferta para exportação caiu, mostraram dados da Organização Internacional de Café (OIC). Ao mesmo tempo, os preços pagos aos produtores foram de 151 centavos por libra no ano passado, 34% a menos que o pico de 2011.
Evitar depender simplesmente de uma recuperação do mercado para melhorar seus ganhos pode exigir uma “revolução” entre os cafeicultores da Guatemala, disse Keller. “Precisamos fazer mais para encontrar valor em nossa produção”, disse ele, que tem uma plantação de café próximo à fronteira com El Salvador.
“Estou certo de que podemos fazer algo a mais para conseguir isso”, uma mudança que poderia envolver descobrir novos mercados para o café e processamento de resíduos, com mercados para extratos dos grãos sendo encontrados em indústrias como têxteis e plásticos, além de simplesmente como um composto de alta qualidade”.
Os produtores de café da Guatemala já passaram por uma revolução, no começo desse século, mudando a produção de fazendas grandes de baixas altitudes para áreas mais montanhosas, onde os grãos de maior qualidade podem ser produzidos. Essa mudança, segundo Keller, foi “direcionada por forças de mercado”.
“Os produtores de terras baixas replantaram com borracha, óleo de palma e cana de açúcar, que na época oferecia melhores retornos. Ao mesmo tempo, os produtores nas terras de maior altitude plantavam mais café, em áreas onde eles tinham cultivos como milho e feijão”.
Essa estratégia funcionou para um mercado internacional marcado pela crescente demanda por grãos de maior qualidade produzidos em maiores altitudes. Os preços mostraram um aumento estável com relação aos dados de 2001, de 45,35 centavos por libra, mais que quadriplicando em uma década, de acordo com dados da OIC.
Embora vindo em meio a um forte mercado, a melhora de preços da Guatemala também ultrapassou àquela de outros países, incluindo Colômbia, Costa Rica, Honduras e Nicarágua.
As informações são do Agrimoney/ Tradução por Juliana Santin