A Costa do Marfim produz cerca de 100.000 toneladas por ano de café robusta, usado para fazer café instantâneo e expresso, e a iniciativa da Nestlé aumentará isso para 140.000 toneladas, disse o diretor geral da unidade da companhia no país, Patricio Astolfi.
Os preços do robusta aumentaram em 17% na NYSE Liffe em Londres nesse ano. Os preços do arábica aumentaram em 53% na ICE Futures U.S. em Nova York devido à especulação de que a seca prejudicaria as plantas no maior produtor, o Brasil. A Volcafe Ltd. estimou uma escassez global na oferta de 11,3 milhões de sacas, com uma colheita de 140,2 milhões de sacas em 2014-15.
“A produção de café tem sido negligenciada, de forma que a maioria das plantas estão muito velhas”, disse Astolfi, referindo-se à produção da Costa do Marfim.
As plantas resistentes a doenças que a Nestlé está introduzindo podem produzir grãos em dois a três anos, com um rendimento de pelo menos uma tonelada por hectare, disse o gerente da iniciativa da companhia na Costa do Marfim, Adolphe Yapo Yapi. Isso se compara com cinco a sete anos das plantas normalmente usadas lá, que têm rendimento de 0,3 toneladas por hectare.
A Nestlé distribuirá mais de 2 milhões de plantas aos produtores nesse ano, disse Astolfi.
A produção da Costa do Marfim não se recuperou desde 2003, quando caiu para 110.000 toneladas por causa do conflito armado e dos baixos preços. A produção alcançou o pico de 324.000 toneladas em 1998, de acordo com o site do Ministério da Agricultura do país.
A Costa do Marfim é o sexto maior produtor de café robusta e deverá produzir 1,9 milhão de sacas em 2013-14, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O maior produtor é o Vietnã, seguido por Brasil, Indonésia, Índia e Uganda.
A reportagem é do Bloomberg/ Tradução por Juliana Santin