“A agregação de valor ao café para um grau significativo não é aparente no continente [africano]”, disse ele. “para um futuro previsível, nosso país – e muitos dos países africanos produtores de café – continuará comercializando sobre grãos de café. O trabalho de torra, embalagem, venda no varejo e outros trabalhos na cadeia de valor do café têm sido monopolizados por grandes companhias. Seria muito difícil agora quebrar essa dominância”.
Ao mesmo tempo, disse ele, há poucos negócios engajados nas exportações de café que estão tentando agregar valor – mas esses, disse ele, “ainda carecem de escala”.
Etiópia, África do Sul, Tanzânia, Quênia e Uganda são os principais produtores de café da África, com a Etiópia sendo a maior produtora do continente. Os produtores na África são responsáveis por cerca de 12% da oferta global de café e menos de 11% das exportações globais de café na estação de 2009/10, de acordo com o Banco de Desenvolvimento Africano.
De acordo com Assefa e com o presidente da Ecea, Hussein Agraw, a associação planeja realizar a terceira Conferência Internacional de Café da Etiópia em 6 e 7 de novembro, sob o slogan: “Em direção à qualidade e à rastreabilidade”. A conferência visa “examinar o nível de qualidade de nosso café e discutir formas de melhorar mais seu nível de qualidade e entender como a qualidade está relacionada à comercialização e melhores preços”.
A Ecea também visa introduzir esforços de pesquisas internacionais para controle de qualidade, aumentar o acesso a mercados através da introdução de sistemas de rastreabilidade que melhorarão a sustentabilidade, qualidade e segurança dos cafés finos da Etiópia, disse ele.
Mais de 300 produtores, fornecedores, exportadores, cooperativas, pesquisadores de café, especialistas, investidores, instituições pertinentes do governo (como os ministérios do comércio e de agricultura), a Bolsa de Commodities da Etiópia, companhias de países importadores de café e torrefadores deverão participar do evento.
Ao mesmo tempo, Assefa disse que, no ano passado, as exportações de café da Etiópia foram ruins, apesar de haver expectativa de melhora nesse ano. “O clima seco no Brasil, líder global na produção e exportação de café, direcionará demanda e preços para cima pelo café da Etiópia”, previu ele.
O Brasil exporta aproximadamente metade das exportações globais totais de café arábica. Durante 2014/15, disse Assefa, a Etiópia deverá exportar entre 235.000 e 250.000 toneladas de café arábica. Segundo ele, a Etiópia também está planejando expandir seu alcance global entrando nos mercados da Índia, China, Coreia do Sul e Rússia.
O café representava 60% das exportações totais da Etiópia. Essa participação caiu para 22% atualmente, entretanto, devido ao esquema bem sucedido de diversificação das exportações pelo governo, de acordo com a Ecea.
A reportagem é do https://www.worldbulletin.net./ Tradução por Juliana Santin