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Simplicidade e Conhecimento

ENSEI UEJO NETO

EM 05/12/2011

6 MIN DE LEITURA

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O que dá genialidade às coisas é sempre a simplicidade em seu uso. Um dos grandes exemplos é o iPod que hoje é conhecido como Clássico.

O seu design é uma elegia à simplicidade, tendo apenas, na parte da frente, a tela retangular e um disco sensível ao toque mas que dá impressionante precisão nos comandos. Mudar de faixas de música, aumentar ou diminuir o som, passar para um vídeo, é tudo feito a um toque suave.

O que impressiona é a característica intuitiva de seu uso. Quando a operação de um aparelho se torna muito amigável é sinal claro de que a “linguagem” adotada é de alto nível, pois se aproxima da linha de raciocínio humano.

Outro exemplo interessante é a forma como nos relacionamos com os computadores hoje. Mesmo os mais simples celulares funcionam como pequenos computadores, cheios de recursos e capacidade de memória e interligação como o mundo digital. Não faz muito tempo que a disciplina Computação nos cursos de Engenharia, como eu mesmo fiz, se resumia em desenvolver programas com o uso da chamada Linguagem de Máquinas, que é como os programadores ainda hoje trabalham. O desenvolvimento e aperfeiçoamento da linguagem foi tornando o relacionamento Homem e Máquina cada vez mais próximo, permitindo um diálogo franco e direto.

Fica difícil de imaginarmos, voltando ao iPod, o quanto de conhecimento e tecnologia está embutido nesse aparelho. Diria que conhecimento aplicado tem de sobra como a forma de armazenar e buscar as músicas em sua vasta biblioteca (o iPod de 30 Gb, tataravô dos usados hoje, pode armazenar algo como 20.000 músicas com razoável qualidade sonora!), citando apenas um dos recursos. No entanto, isso foi possível depois que a indústria atingiu um elevado nível de tecnologia para tornar concreto esse aparelho como se apresenta: capacidade de mais de 20 vezes de armazenagem que os laptops de 2001, bateria de longa duração, tamanho perfeito para por no bolso, excepcional qualidade sonora e vai por aí afora...

Um movimento muito interessante vem sendo observado no mundo todo, agora falando de café: é a busca de variantes bem bacanas de serviço. O café servido tem um tripé básico: infusão, extração sob alta pressão e percolação.

O serviço de café acompanhou fielmente o aumento do conhecimento sobre essa semente e seus desdobramentos, bem como a evolução tecnológica que o mundo vem experimentando.

A Infusão, que é quando se coloca a água sobre o pó e aguarda-se que ele se deposite ao fundo antes de beber o café, foi desenvolvido pelos yemenitas e mostra claramente a percepção que eles tinham, há mais de mil anos atrás, sobre a bebida. A infusão é certamente a forma mais simples de se preparar qualquer bebida, tal qual é ainda preparado o chá.

Café Coado, cientificamente conhecido por Percolação, é a extração feita quando a água, que funciona como o elemento de extração, passa por uma camada de partículas, retira as substâncias que comporão a bebida. Desenvolvido na Europa, o uso de filtros, inicialmente em peças de algodão, revela maior conhecimento científico, uma vez que os princípios de solubilidade foram bem aplicados neste tipo de serviço.

O Espresso, expressão da criatividade italiana, foi desenvolvido nas primeiras décadas do Século XX, e pode ser definido como uma bela fusão entre conhecimento e tecnologia, sem dúvida impulsionada pela reverberação da Revolução Industrial. Neste caso, o avanço tecnológico permitiu que componentes como a Pressão, por exemplo, fossem incorporados a este novo serviço.

Daí pra frente, os dois serviços que vieram liderando inovações ao longo dos anos foram o Espresso e o Coado.

Com a incorporação da eletrônica junto aos tradicionais comandos valvulados, a evolução das máquinas de espresso foi acelerada como nunca: ao invés de alavancas, começaram a ganhar presença botões automatizantes (o famoso liga/desliga), visores em LCD e até iluminação com LEDs; isso tudo sem falar nos inspirados designs.

Os moinhos para espresso também ganharam muita eletrônica, de forma que muitos deles podem ser programados por tempo de moagem, para diferentes tipos de café ou serviços e assim por diante. Assim é a vida!

Esse fervilhante mar de inovação tecnológica atrai jovens para a arte de preparar excelentes ristrettos e lattès, pois é fascinantemente lúdico mexer com tantos recursos disponíveis. Tudo isso, no entanto, faz com que o mito da xícara perfeita de espresso se torne cada vez mais distante, pois quanto mais tecnologia fica à disposição, novos parâmetros podem ser modificados, aumentando exponencialmente o grau de complexidade de uma extração.

É muito parecido com o que aconteceu com os aparelhos celulares, que hoje são a porta de entrada para a vida digital de muita gente, tiram fotos de alta resolução, gravam vídeos em HD, tem poderosos GPS e, inclusive, fazem ligações telefônicas... Muita gente, meninos e meninas de antigamente, se vê sempre perplexa diante tantos botões e recursos que são adicionados a cada novo modelo de aparelho.

Enquanto isso, uma outra onda começou a se formar, com muito forte embasamento técnico, principalmente nos serviços de coador. Materiais clássicos, mas cuja manufatura envolve certa dose de tecnologia e muito conhecimento, começaram a ganhar espaço.

Os tradicionais porta-filtros ganharam novas versões e releituras, como o que fez a japonesa Hario ao desenvolver um porta filtro que tem ranhuras que criam um genial efeito de vórtex durante a extração do café. Isso muda totalmente alguns dos parâmetros do serviço, possibilitando novos vôos com um artefato tão prosaico!


Mesmo os tradicionais porta filtros da Melitta ganharam versões individuais e uma gama de cores para deixar mais divertida cada extração. E como digo: um dos testes para um bom profissional do café é pedir para fazer uma extração num básico filtro de papel.

Na verdade, mesmo num serviço a primeira vista tão simples, existe um número de parâmetros tão grande quanto nos futuristas equipamentos de espresso, mas que exigem muita sensibilidade de quem prepara o café porque todo o controle está literalmente em suas mãos, obviamente auxiliados pelo olfato apurado e um olhar atento. Moagem, tipo da água, velocidade com que se despeja a água no pó e o tempo de pré infusão são alguns desses parâmetros. E grupos de discussão com elevado nível técnico vem discutindo estes temas tão aparentemente simples em muitos fóruns internet afora.

Retornando ao serviço de espresso, algumas empresas consideradas de ponta passaram a dispensar muita eletrônica embarcada de seus equipamentos, trazendo conceitos ditos mecânicos, que dependem muito mais de sensibilidade e domínio do conhecimento, para alegria dos fãs de excelentes cafés. É o caso do fabricante da Slayer, que optou em utilizar registros de controle mecânico ante os eletrônicos, e o do inovador moinho Versalab, cujo acionamento é feito por correias, como os antigos toca discos, os famoso “bolachões pretos”!

Lúdico, sim.
Moderno, sim.
Simplicidade genial, sim!

O avanço do conhecimento, somado aos ganhos de tecnologia, em geral nos dá como Norte a busca pela simplicidade, pela praticidade.

É quando menos é mais!


 


 

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ENSEI NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2011

Prezado Adelino,

grato pelo acesso e comentários.

Abraço
ENSEI NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2011

Prezado Reinaldo,
agradeço pelos seus comentários.

Abraço
ADELINO JUNIOR THOMAZINI

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO

EM 06/12/2011

Muito bom o artigo. Concordo como posicionamento do Ensei. Estamos passando por uma verdadeira revolução no consumo de café e com isso surge me as oportunidades
Parabéns pelo artigo.
REINALDO FORESTI JUNIOR

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/12/2011

Eng.Ensei Neto.Meus parabens pelo excelente e elucidativo artigoacima, onde tomei conhecimento do primoroso progresso,havido,no setor de torrefação,moagem e pre-paro dos diversos tipos ,para nosso tradicional café,no caminho da modernidade.Con-sidero de grande importância mercadológica,para nosso país,o maior produtor de café do mundo esta engenharia fantástica,em proveito do consumo e marketing respectivo.

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