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Precisamos de uma gerente?

POR SYLVIA SAES

E BRUNO VARELLA MIRANDA

BRUNO VARELLA MIRANDA

EM 02/01/2013

3 MIN DE LEITURA

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Ano vai, ano vem, o roteiro é parecido: avaliação, retrospectiva, esperança de que tudo – ou, quem sabe, algo – será diferente ao longo dos próximos 12 meses. Certamente é o que imaginamos para as nossas vidas pessoais, com as famosas resoluções adotadas nesses tempos de inauguração de agendas novas; será igual quando pensamos em uma organização composta por inúmeros indivíduos e regras próprias, como uma firma ou mesmo o governo federal?

Se pegarmos o último caso, é provável que haja muitas pessoas em Brasília sonhando com dias melhores em 2013. Afinal, a economia não decolou, a inflação assusta, e lidamos com problemas que, se nos baseássemos apenas no discurso dos políticos, pareciam exclusivos do passado, como os seguidos problemas no setor elétrico. No campo da transparência na administração pública, denúncias de corrupção mostram que, não raramente, a prática rotineira em nossa jovem República difere consideravelmente dos valores que a fundamentam.

Ao lermos cada má notícia nos jornais, é inegável não voltarmos um pouco no tempo. A época: a campanha presidencial que elegeu Dilma Rousseff. Ali, era comum a comparação da outrora poderosa ministra com uma espécie de “Super Gerente”, que tudo via, de tudo cuidava. Era como se as obras estratégicas fundamentais para o Brasil dependessem do olhar atento de uma obstinada funcionária, capaz de tomar decisões e encaminhar os investimentos de uma forma superior a de outros especialistas. Sem Dilma, viria o caos.

Veio a incontestável vitória de Dilma, e, desde então, a sensação de que a “Super Gerente” também comete as suas falhas. Mais, escuta-se aqui e acolá que o caráter centralizador da atual administração colabora para a demora em uma série de respostas por parte do governo. No nível estadual, as notícias tampouco são as melhores: após celebrarmos a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas como uma oportunidade para a realização de investimentos no chamado “legado urbano” de tais eventos, a cada dia recebemos um balde de água fria.

Antes de colocarmos toda a culpa em Dilma, porém, talvez seja interessante tentar entender o significado da ideia de que somos governados por uma “Super Gerente”. Humana como todos nós, Dilma certamente seria incapaz de acompanhar cada detalhe da rotina do Brasil: a cada dia, somente na administração federal, são inúmeros os desafios, caracterizados por distintos graus de complexidade ou requisitos para serem resolvidos. Logo, por melhor que seja a “Gerente”, ainda assim não daria conta de tudo.

Por isso, a ideia de que precisamos de uma “Super Gerente”, atenta a cada linha dos relatórios, reflete uma expectativa irreal sobre a pessoa que ocupa o cargo executivo. Afinal, boa parte das atividades que consideramos que Dilma deveria desempenhar é, na verdade, composta por tarefas rotineiras, e que exigem considerável grau de especialização. No Brasil, imagens como a do “tocador de obras”, do “gerente”, do “administrador competente”, são recorrentes em épocas de eleições. Em meio a tais abstrações, entretanto, costumamos nos esquecer de que boa parte das decisões tomadas por pessoas como a presidente Dilma Rousseff são políticas, refletindo uma visão de mundo específica. Ou seja, não esperemos que ela aponte falhas em uma planilha, mas diga para que as planilhas devem ser usadas.

Nesse sentido, um dos grandes problemas da administração pública no Brasil é que boa parte das pessoas que poderiam ajudar a presidente a encontrar falhas nas planilhas e relatórios são indicadas seguindo a lógica dos “cargos de confiança”. E, isso, infelizmente, significa que, muitas vezes, carecem de condições mínimas para acompanhar a rotina das burocracias em que trabalham. O caso das agências regulatórias, recentemente evidenciado pela imprensa, oferece excelente exemplo. A melhor das gerentes dificilmente conseguirá fazer muito quando, logo abaixo, as decisões seguem a lógica do enriquecimento próprio.

Em resumo, enquanto continuarmos buscando “Super Gerentes”, é provável que daremos pouca atenção para aquilo que realmente um presidente ou um governador deveria aportar: um conjunto claro de ideias, que sirva de guia para as atividades rotineiras. Os “cargos de confiança”, igualmente, deveriam ser substituídos, na medida do possível, por funcionários de carreira com perfil técnico, capazes de tirar parte do fardo de nossos aspirantes a “Super Gerentes”. Sempre que encontrarmos tal figura, devemos olhar desconfiados: se a imagem do “Super Gerente” é tão valorizada, é porque muitos do que deveriam ajudar não estão fazendo o que devem.

SYLVIA SAES

Professora do Departamento de Administração da USP e coordenadora do Center for Organization Studies (CORS)

BRUNO VARELLA MIRANDA

Professor Assistente do Insper e Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de Missouri

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CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 29/01/2013

O tema é recorrente e infelizmente atual. Precisamos sim é de patriotismo e lucidez para elegermos politicos honestos e competentes, comprometidos com o desenvolvimento e bem estar do Brasil.
HUGO ZARDO FILHO

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 14/01/2013

Meu caro amigo Arnaldo.


Eu estava me referindo ao texto original do Blog.


Sds
CASSIMIRO JOSÉ DANTAS

PEDRO AVELINO - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/01/2013

Muito bom esse artigo, gostei!
WILHAN FERNANDES

TRÊS MARIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/01/2013

meu caro Arnaldo reforma ja ... to com tigo e não abro.
ARNALDO ALVES FERNANDES

ITAPETINGA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/01/2013

Meu caro amigo Hugo Zardo Filho, eu não mencionei no texto nenhum partido político e nem dei ênfase a esse tipo de governo. A minha sugestão é que haja uma mudança radical no nossso sistema político para que haja um melhor gerenciamento de qualidade com auxílio e fiscalização do povo.
ARNALDO ALVES FERNANDES

ITAPETINGA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/01/2013

Gostei do documentário acima. E aqui vai uma opinião para um Brasil melhor!!



Uma opinião pública para um BRASIL melhor.



Uma nova Carta Magna no Brasil é a coisa mais bem vinda que pode acontecer para o Brasileiro, sabe-se que é necessário consertar todo sistema político desse país a começar pela Constituição Federal.

A realidade constatada é que não tem há um só jurista neste país capaz de conhecer toda a Constituição Federal do Brasil.

Assim rasga-se esta constituição e faz uma nova constituição mais clara e resumida fazendo-se o texto de cada parágrafo e colocando-se entre parêntese a interpretação de cada artigo da CF para que não dê margem há mais de uma interpretação a cada item Da nossa Constituição.

Acho que as leis deverão ser redigidas por juristas renomados de nosso país e aprovadas por plebissitos em todo país.

Bem, não vamos esquecer de mudar nosso sistema político. No Brasil atualmente temos três poderes : Executivo, Legislativo e Judiciário, todos com funcionamento precário e lógico o pior de todos é chamado de Poder Legislativo, o qual só legisla em causa própria, sendo que nós brasileiros pagamos uma conta muita alta a cada vereador, deputado estadual e federal e a cada senador, aos quais somando os salarios e todas as mordomias que esses maus políticos recebem não sobra dinheiro nesse país para fazer mais nada.

Com a vasta experiência de corrupção que o povo brasileiro já tem com os maus políticos de nosso país na verdade só necessitamos de dois poderes moralizados: Executivo e Judiciário.

Assim, quero incentivar o povo brasileiro a apoiar uma ditadura civil apoiada pelas as forças armadas, apoiando o poder executivo desse país, fazendo-se eleição para o executivo de cinco em cinco anos, colocando em nossa Constituição Federal uma prestação de conta mensal em todos os níveis, prefeitos, governadores e presidente da república. Em todos os meios de comunicações de nossos municípios, estados e DF.

Cada prefeitura conforme a quantidade vereadores, contrata a metade de homens técnicos pagando um bom salário para não se corromper, os quais irão fazer reuniões mensais com os lideres de bairros da sua cidade para discutir a necessidade de cada bairro e em seguida os técnicos reúne-se-a com o vice-prefeito o qual ficará administrando a cidade e o prefeito em exercício ficará viajando do seu município para a capital de seu estado e até Brasília visitando cada departamento onde possa locar verba para sua cidade.

Os lideres de bairros também tem um papel muito importante junto com a população na fiscalização da aplicação das verbas que chega no município e se as mesmas estão sendo aplicadas corretamente.



Arnaldo Alves Fernandes.

HUGO ZARDO FILHO

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 04/01/2013

Prezados Sylvia e Bruno,

Não entendi muito bem o artigo. Algumas partes sim, mas no geral, não entendi.

Em primeiro lugar, se o gestor nao sabe delegar, nao é bom gerente. Não sei se é essa a conclusão, mas foi onde cheguei.
E segundo lugar, é uma péssima gerente, ao meu ver:


- acabou com autonomia do BACEM


- reduziu o superavit primario


- esta financiando o deficit publico com inflaçao


Estas asneiras administrativas, fatos inegaveis, falam per si.

Por mais simpatia que se tenha por este partido ou por este governo, nao da pra chamar de super gerente.

Desculpe se nao entendi.

Sds

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