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The Economist: muito café, poucos consumidores

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 12/07/2013

3 MIN DE LEITURA

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Nem todo mundo aprecia o cheiro pungente do café torrando. Basta perguntar às autoridades no Brasil que vêm enfrentando os produtores queimando sacas de grãos e entoando frases aproveitadas dos recentes protestos nacionais para requisitar mais subsídios estatais. Os produtores estão descontentes com a queda dos preços: seus grãos agora estão em cerca de US$ 106 a saca de 60 quilos, o menor valor em quatro anos e menos da metade do que recebiam há dois anos. Uma reversão desse processo em breve parece improvável.

Um terço do café mundial é produzido no Brasil. Junto com outros países que cultivam principalmente café arábica, mais saboroso e mais caro, o Brasil enfrenta dois problemas. Primeiro, os mercados tradicionais para seus cafés estão saturados. O crescimento na Europa, América e Japão, que entre eles consomem mais da metade do café do mundo, está estagnado. Segundo, em locais como China, Indonésia e Brasil mesmo, onde o café é um luxo acessível para a classe média, o mercado está crescendo em cerca de 5% ao ano. Porém, esses consumidores estão enchendo seus potes com grãos robusta, mais baratos – o que Kona Haque, da Macquarie, chama de “mercado emergente de café”.

A forte demanda por esse café – 40% da colheita mundial de café é agora de grãos robusta – tem permitido que o Vietnã passasse de quase nada há uma década para produzir 25 milhões de sacas hoje (veja gráfico abaixo). Pior ainda para os produtores de arábica, a recessão na Europa tem afetado a demanda e prejudicado os lucros para os torrefadores. Esses processadores, incluindo grandes firmas de alimentos como Nestlé e Kraft, têm respondido misturando robusta mais barato com arábica. Como resultado, os preços do robusta não caíram tão rápido quanto os do arábica. Ainda assim, a diminuição na diferença entre eles ainda não impulsionaram as pessoas a reintroduzir a variedade mais cara. 


Em milhões

Tampouco a oferta de grãos arábica deverá cair. Em reposta aos altos preços de 2011, os produtores brasileiros investiram pesado em novas áreas plantadas e melhoraram os rendimentos com melhores práticas agrícolas e mais fertilizantes. Os altos preços convenceram os produtores colombianos a substituir grande parte de suas plantações de café por outras mais produtivas. Além disso, a grande colheita de 2012, um ano “on” para a produção de café brasileira, deverá ser seguida por um ano “off”, quando os rendimentos naturalmente caem após seus esforços. No entanto, o bom clima significa que mesmo a colheita do ano “off” está alta, com previsões de outro ano “on”.

Os baixos preços do café arábica são acompanhados pelos crescentes custos. O café é uma colheita de trabalho intensivo; a colheita ainda é feita em grande parte à mão. Os salários no Brasil e na Colômbia estão aumentando rápido e os custos de produção estão acima dos preços. A plantação de outros tipos de colheitas, uma resposta comum aos altos e baixos na agricultura, não é uma opção. Os preços da cana de açúcar, uma alternativa potencial, estão em baixa. O café é produzido principalmente em pequenas regiões por produtos que não conhecem outras coisas.

Os consumidores devem se beneficiar dos baixos preços, mas os consumidores mais exigentes ainda ficarão desapontados. A demanda por grãos arábica de luxo está alta, conforme mostra a proliferação de redes de cafeterias. Grande parte dos cafés mais finos é cultivada na América Central, em locais como Guatemala, Nicarágua e El Salvador. Essa região foi atingida pela ferrugem do café, que poderá destruir 30% da colheita nesse ano. O corte das plantas para lidar com isso deverá afetar a produção no próximo ano também. Para o café mais saboroso, não há chance de se obter um produto barato.

A reportagem é do The Economist, traduzida pelo CaféPoint.


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