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Paulo Henrique Leme: temos que fazer qualidade e saber vender qualidade

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/05/2010

4 MIN DE LEITURA

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Paulo Henrique Leme (PH) é consultor em marketing estratégico no agronegócio café pela P&A Marketing Internacional. PH esteve presente em um grande evento do mercado de café, a Exposição da SCAA (Associação Americana de Cafés Especiais), que aconteceu na Califórnia de 15 a 18 de abril.



PH concedeu entrevista ao CaféPoint, abordando a importância dessa feira, as tendências do mercado mundial de café e alguns pontos que o Brasil precisa trabalhar para agregar valor aos cafés aqui produzidos.

Ouça abaixo a entrevista na íntegra.










Clique aqui e faça o download da entrevista.

Confira os destaques da entrevista:

"A feira da SCAA é muito tradicional no mercado de café e é focada no mercado de cafés especiais, um mercado recentemente novo nos EUA."

"Pelo fato de os EUA serem os maiores consumidores de café do mundo eles concentram grandes compradores internacionais, torrefadores, traders, etc. A SCAA acabou sendo uma feira obrigatória para todos que querem trabalhar com marketing internacional de café e querem levar o seu produto a toda cadeia de café."

"O crescimento do consumo de cafés especiais continua bem nos EUA. Tivemos uma migração de produtos um pouco mais caros na xícara, mas o consumidor começou comprar café nos supermercados, então não terá um impacto muito grande no consumo, e sim nas cafeterias que vendem as doses únicas."

"Outra tendência é o mercado de monodoses, como a Sara Lee e Nespresso e illy. Muitas empresas estão vendendo máquinas para um público específico que quer consumir café de qualidade dentro de casa. Esse mercado tende a crescer bastante nos EUA."

"Fui ao evento pelo Sebrae de Minas Gerais, para um projeto de café Fairtrade do Estado de MG. Hoje são 12 cooperativas já certificadas para vender café Fairtrade. A agência responsável pelo comércio de café Fairtrade nos EUA levou vários representantes de cooperativas do mundo para SCAA para se encontrar com compradores internacionais."

"A participação do Brasil no Fairtrade é muito tímida, representando de 9 a 10% do mercado Fairtrade mundial. A América Central e África tem maior participação nesse mercado."

"A demanda pelo Café Fairtrade brasileiro tem crescido no mundo porque para se fazer um café espresso 100% Fairtrade você precisa de café brasileiro. Isso gerou uma demanda muito forte pelo café certificado Fairtrade do Brasil."

"O Fairtrade tem um mercado muito grande para pequenas cooperativas e pequenos produtores do Brasil."

"O que me espantou, talvez por não ter ouvido de um comprador internacional apenas, é o que eles esperam de qualidade do café do Brasil. Temos um paradoxo nesse sentido: vendemos o café a um preço muito baixo. Mas os compradores esperam um café que tenha corpo, doçura e notas de nozes, porém essa expectativa exclui alguns cafés especiais que temos no Brasil. Quando esperam essa qualidade, esperam um preço de café brasileiro."

"O mercado mundial tem um vício em relação ao café do Brasil. O café brasileiro é visto como uma commoditie, ficando difícil diferenciar esses cafés dos outros produzidos no mundo."

"A expectativa de qualidade em relação a preço é total. Mesmo que você tenha um café certificado, se você não produzir um café excelente você não consegue agregar valor ao produto."

"O que precisamos fazer é mostrar que temos cafés diferenciados no Brasil. Mas a questão desse marketing é complicada. Quando falamos que é um café especial do Brasil, não estamos agradando o comprador internacional, pois isso não tem apelo na mente do consumidor."

"Precisamos tirar da cabeça, que o Brasil pode produzir qualquer café do mundo, isso é uma mentira. Podemos produzir todas as qualidades de café do mundo, mas não podemos produzir um café da Etiópia no Brasil, por exemplo."

"Consumidores procuram origem, muito mais do que qualidade. Precisamos valorizar nossas origens através de uma indicação geográfica, por exemplo."

"Enquanto não trabalharmos algumas origens específicas do Brasil, vamos perder sempre nesse quesito. Nunca vamos conseguir nos diferenciar por qualidade de café se não fizermos marketing."

"Você pode mandar uma amostra de café brasileiro fenomenal, acima de 90 pontos, para o exterior, com um preço diferenciado, só que no supermercado não se terá o conhecimento da origem."

"É interessante agregarmos valor à algumas regiões específicas que fazem café de qualidade, pois esse preço a mais dos cafés de qualidade vai puxar todos os preços dos outros cafés do Brasil."

"Uma oportunidade muito comentada na feira é a falta de cafés lavados na Colômbia e América Central. O CD do Brasil está ocupando esse espaço, porém não estamos fazendo nada de marketing em cima disso."

"O marketing é responsabilidade de todos, desde a micro-cooperativa até o governo brasileiro. O problema é que estamos todos desunidos e não conseguimos fazer uma grande campanha de marketing. Isso é difícil pelo tamanho do País."

"Se as cooperativas e associações se estruturarem para fazer seu trabalho internacional, apoio elas vão obter. Depende de cada um desenvolver seu canal de comercialização."

"O Brasil terá uma grande oportunidade em 2011, que é ser o país tema da SCAA, trabalho desenvolvido pela BSCA. O objetivo é mostrar as diferentes qualidades de café do Brasil."

"A grande lição dessa viagem é que precisamos entender melhor o que é qualidade na mente dos nossos compradores internacionais e consumidores. Eles definem os preços, então temos que entender o que estão procurando, o que esperam dos cafés brasileiros e o que precisamos fazer para mudar a cabeça desses compradores e consumidores. Isso não é difícil."

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RAXIDI SALEH

OUTRO - OUTRO - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 19/05/2010

Prezados
Boa tarde. Sou um otimista por natureza,entusiasta por dedicação e descrente por observação!
Uma nação se forma com algo chamado TEMPO de existência, cultura familiar de base e leis sérias de um País. Um bom vinho necessita de Cem anos para se tornar APRECIÁVEL. No Café, sem dúvida alguma, é a mesma tese. Vivemos agora uma etapa onde se pode ter acesso das coisas boas, onde uma Classe D que se tornou C e está indo para a B está podendo COMPRAR, analizar e formar uma massa crítica.

Represento algumas Empresas de Café,incluindo uma Grande Cooperativa, e o que observo é a inanição de ações, falta de profissionalismo, falta de coragem, miopia e de GENEROSIDADE no trato do nosso Café. Estou convicto de que somente o TEMPO mudará esta situação de agregar devidamente e merecidamente o que realmente temos de bom: CAFÉ !

Abs
Raxidi Saleh
FERNANDO DE SOUZA BARROS JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - TRADER

EM 15/05/2010



Prezado Paulo Henrique

Concordo que devemos ter marketing para o nosso café,que é o melhor do
mundo(temos todas a qualidades),porém o que assistimos é a descommoditização do café Brasileiro pelo simples fato de que é utilizada a Cotaçào da Bolsa de N.York de um café que não é o nosso( é Colombiano),que
tolera Mercadoria Velha(Certificados renovados sem deságio) e enquanto a Colombia vende a 60/70 cents de dolar por libra peso acima,nós vendemos 20/25
abaixo ou seja uma diferença de U$115 (R$210,00) por saca.Pior do que isto é
ter 50% do mercado mundial de café arábica e não conseguir por o nosso preço.
Desconheço no Mundo Globalizado alguma Empresa que tenha este porcentual de
mercado e não ponha o seu preço.Precisamos mudar, ter o café nosso cotado aqui na BM&FBOVESPA e na CME(Chicago) para termos total transparencia e se desvincular de Colombia e N.YORK se quisermos andar com nossas própias pernas.
Somos especialistas em fazer dumping, exportar aumento de dívida na lavoura e impostos(PIS e COFINS) tudo na OBSCURIDADE.
Vamos portanto meu amigo cuidar primeiro de nossa identidade e do fluxo da oferta e aí sim poderemos fazer Marketing construtivo.

Abraço

Fernando Barros

PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/05/2010

Caro Henrique,

Concordo com sua opinião sobre a qualidade média do produto consumido no Brasil. A grande maioria das marcas disponíveis ainda é de baixíssima qualidade. É por isso que defendo que cada vez mais utilizemos certificações que levem ao consumidor aspectos claros de qualidade do café, como por exemplo, o Programa de Qualidade do Café da ABIC. Vale a pena conhecê-lo.

A questão do solúvel é um pouco mais complicada. O Brasil tradicionalmente não é consumidor de solúvel, à exceção da região Nordeste. Por sua vez, os métodos de fabricação do solúvel permitem eliminar alguns defeitos presentes nos cafés de baixa qualidade. O solúvel desempenha, portanto, um papel importante na cadeia do café, ao absorver um tipo de produto que de outra forma acabaria nos blends de T&M. Neste caso, o estrago seria maior.

Quanto aos afamados PVAs, penso que controlar o seu comércio seja praticamente impossível. Porém, precisamos encontrar uma forma de diminuir sua utilização ou criar um novo destino para estes tipos.

Um grande abraço,

Paulo Henrique Leme
P&A Marketing Internacional
HENRIQUE DE SOUZA DIAS

SERRA DO SALITRE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/05/2010

Muito interessante a defesa da qualidade para venda ao exterior. O que é de estranhar é que aqui no Brasil o consumo popular de café é feito com uma porcaria de mistura de PVA (preto,verde e ardido),com até 60% de conillon e um pouco de arábica riado.Os cafés PVA deviam ser proibidos de fazer parte da torras nacionais e serem devolvidos à lavoura,como adubo.O mesmo vale para o solúvel, que ainda quer importar os piores robustas da África. Talvez por isso mesmo que o consumo de solúvel não cresce, cai. Ninguém gosta de coisa ruim.O que vale para os gringos vale também para o consumiodpr brasileiro. Com produto de qualidade o consumo interno seria saudável e cresceria muito mais.

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