Celso Luis Rodrigues Vegro, engenheiro agrônomo, pesquisador do IEA - Instituto de Economia Agrícola e colaborador do CaféPoint, falou durante entrevista sobre a importância de o produtor acompanhar o mercado, preços e cotações, além de fomentar sobre as ferramentas disponíveis para que o produtor comercialize melhor seus produtos. Confira abaixo a entrevista na íntegra.



"Quando se trabalha com commodities, sendo elas um dos mercados mais voláteis, é de extrema importância o produtor ficar atento para o que está se passando com seu produto e com o consumo desse produto."

"O produtor precisa acompanhar o mercdo porque interfere no bem estar dele e de sua família. Ele tem como se defender desses fenômenos adversos."

"Preço e cotação não são sinônimos. Preço é negociação real, objetiva. A cotação é troca de papéis em bolsa. A formação de preço ocorre por meio das cotações."

"Cotação e preço tem uma coisa em comum: tanto um quanto o outro flutuam."

"As ferramentas disponíveis para o produtor comercializar melhor seus produtos são inúmeras. Elas vão desde CPRs, mercados futuros, mercado de opção, troca (barter), etc."

"Se consegue antecipar as vendas e travar um preço para o produto. Isso dá uma segurança ao produtor de que vai passar o ano sem nenhum evento que possa ir contra os interesses."

"Negócios futuros, CPRs, são mecanismos que dão suporte a venda. Através disso podemos conseguir obter uma classe média estruturada no campo independente da gangorra de mercado."

"Se o industrial também tivesse fechado contratos futuros não estaria tendo que pagar 500 reais a saca de café agora."

"Só as negociações transparentes futuras vão acabar com as gangorras de mercado. As cooperativas tem como promover isso."

"Para ter cenário de longo prazo eu preciso me pautar nos fenômenos estruturais. O mais decisivo deles é que desde a Segunda Guerra Mundial não temos cotações de mercado formadas pela demanda."

"Isso reapareceu novamente e tende a ser daqui para frente, um mercado pautado pela demanda. Isso me deixa dizer que esse horizonte de alta é muito mais duradouro do que imaginamos no curto prazo com escasses de oferta."