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Unesp: evento discute produção de café em Jaboticabal

POR JULIO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/10/2009

6 MIN DE LEITURA

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Aconteceu na semana passada, no campus da Unesp de Jaboticabal/SP, o Curso de Produção de Café "Atualidades e Perspectivas", organizado pelo Grupo Integração Empresa-Universidade (GIEU), com o apoio do professor Dr. Leandro Borges Lemos, do Departamento de Produção Vegetal da Unesp.

O Evento trouxe pesquisadores, consultores e profissionais ligados à cadeia produtiva do café. Durante os três dias de palestras, os participantes tiveram a oportunidade de entrar em contato com as novidades da área, como a opção ao controle de cigarras através de armadilhas sonoras, e o lançamento de novas moléculas que auxiliam o combate a pragas e doenças do cafeeiro, bem como técnicas de manejo dos solos.

Entre outros temas, teve espaço garantido na grade do Curso as inovações tecnológicas empregadas na cafeicultura empresarial do oeste da Bahia, que foram apresentadas pelo engenheiro agrônomo e consultor Luiz Augusto Pollo. A Equipe da Fazenda Cambuhy também esteve presente, dando testemunho de mudanças de gestão que foram fundamentais para aumentar a produtividade e qualidade dos cafés produzidos por esta que é uma das empresa de maior destaque de Matão/SP. Outras apresentações completaram a grade de programação do curso, cuja síntese você confere abaixo.

A Fazenda Cambuhy

Localizada no município de Matão/SP, a Faz. Cambuhy está investindo pesado em qualidade de café. Detentora dos selos Rain Forest Alliance e UTZ Certified, a fazenda-empresa pretende chegar a 2.500 ha de café plantado em bem pouco tempo. A Cambuhy, que na década de 70 havia abandonado seus cafezais em função de baixas produtividades, menores que 18 scs/ha, desde a safra 2005/06 vem investindo em tecnologia e inovações que devem gerar excelentes frutos no próximo ano agrícola: a fazenda espera colher 70 sacas de café por hectare, o que só é viável na região devido à prática de irrigação. "Otimização de recursos, ferti-irrigação, sistema de podas e controle de qualidade" - estas foram as principais mudanças na gestão da empresa, segundo o engenheiro agrônomo Paulo R. Peloia, um dos responsáveis pela produção de café na propriedade.

A irrigação tem na água um fator limitante. Diante desta constatação, a Cambuhy, que na opinião de Peloia mais parece um campo de pesquisa, pela quantidade de experimentos que desenvolve continuamente, reduziu ¼ de sua aplicação depois que estudos da própria fazenda indicaram que a variação de produtividade é praticamente insignificante com água suficiente para a evapotranspiração da cultura a 75 ou 100% das condições ideais. A fazenda optou, então, por aplicar 3mm de água por dia via ferti-rrigação por gotejo.

"Se for plantar café aqui na nossa região, tem que ser irrigado. Sabemos que a irrigação por pulsos é a mais adequada, e o processo deveria ocorrer durante o dia, mas desta forma os custos tornariam-se inviáveis. Depois de algumas experiências, chegamos à conclusão de que não compensa fazer dessa forma", afirmou Peloia. A irrigação, que ocorre à noite, para reduzir custos, trouxe uma grande vantagem: o aumento da peneira. "Houve um salto de 20% de grãos peneira 16", comemora.

Qualidade nos mínimos detalhes - Na propriedade, os operadores recebem treinamentos constantes e a colheita é 100% mecanizada. Nos talhões de café se fazem amostragem de pragas em processo integrado com GPS, de maneira que é possível saber com precisão a quantidade de defensivo agrícola necessária em cada gleba, o que lhes trouxe economia com a redução do volume de calda de pulverização.

Antes, o café era trazido do campo para o terreiro em bags, o que favorecia a fermentação dos grãos. Hoje esta etapa é feita em carretas, com os grãos a granel. No lavador da fazenda se separa o café cereja descascado (a menina dos olhos da Cambuhy) dos outros tipos de café (boia, verde e passa), aumentando a qualidade dos grãos. "Como colhemos todo o café de uma só vez, este processo (de separação) é muito importante", destaca Miguel G. Donegá, também engenheiro agrônomo, responsável pela produçao de café. A fazenda conta com 24 mil metros quadrados de terreiro, mas são nos terreiros suspensos, que proporcionam condições de calor mais homogêneas, que é possível ajustar ainda mais o padrão de qualidade. Aqui, novamente, todos os funcionários são devidamente treinados para não descuidarem dos processos de pós-colheita.

Armazenagem - Segundo Virgílio P. de Pádua Neto, classificador de café da empresa, a umidade ideal para armazenar o grão de café é a 11%. De acordo com ele, o grão deve descansar na tulha com a casca, para manter o aspecto visual por mais tempo. "Por esta razão, a Cambuhy só beneficia o café quando está prestes a entregar o que foi comercializado", diz. Ainda sobre os cuidados que devem ser tomados durante a armazenagem, o engenheiro agrônomo sugere, a cada dois meses, trocar as colunas de café "espelho" com as do meio, etapa conhecida popularmente como "bater pilha", para evitar o branqueamento dos grãos, pois nas sacarias os grãos podem perder cor por conta da oscilação de umidade e temperatura. Apesar desses parâmetros serem possíveis de se controlar dentro dos armazéns, esta etapa tem seus limites.

"Nosso cereja descascado (CD) é comercializado diretamente com a Illy, que nos paga um ágio de R$ 40,00 por saca. Enquanto há um mês o mercado pagava R$ 290,00 por uma saca de CD, a Illy pagou R$ 365,00/sc. Vender para eles é mais um selo de qualidade", reconhece Virgílio. Com as medidas postas em prática, hoje é possível obter de 50 a 60% da produção como cereja descascado.

Conforme noticiado recentemente pelo CaféPoint, uma saída encontrada pelos cafeicultores diante da crise é criar marcas próprias de café torrado e moído. Foi exatamente isso que a Fazenda Cambuhy fez: acaba de lançar no mercado (por sistema de vendas diretas, como acontece com a Natura) o Café dos Ingleses, que segundo os produtores é 100% de produção própria, e de qualidade garantida. "Parece até estranho falar que é um café 100% café, mas o que acontece é que vemos de tudo por aí. Nosso café não tem acréscimo de palha, paus nem grãos inferiores", garante Virgílio. Ele afirmou ter sido testemunha da utilização de até feijão na composição de blends quando trabalhava em outra companhia. "Infelizmente, na briga do mercado brasileiro ainda prevalece o preço. Somente agora começa a despertar no consumidor o interesse por qualidade. O café precisaria fazer parte daquela lista de produtos cuja marca a patroa não substitui de forma alguma. Daquelas que se tornam preferidas pelos consumidores, sem risco de serem substituídas por outras de menores preços, mas qualidade duvidosa", desabafou.

São características do Café dos Ingleses: blend de aroma intenso, encorpado, com torra forte (chocolate) e granulometria ideal, "um pouco mais grossa, pois moagem mais fina também esconde defeitos", explica Neto.


Na mesma lavoura de café: sistema de poda ajuda aumentar a produtividade; rebrota vigorosa depois da poda.


Na fazenda Cambuhy, o sistema de ferti-irrigação por gotejamento e a colheita mecanizada são algumas das tecnologias utilizadas para aumentar a porcentagem de grãos de qualidade superior.


A separação dos cafés após a colheita permite o manejo dos CDs (cerejas descascados), que dão maior retorno econômico. A secagem no terreiro desses cafés querer cuidados especiais.

Leia também:

1 - Pragas do cafeeiro: problemas com cigarras

2 - Dupont apresenta produto inédito no combate ao bicho-mineiro

3 - Manejo correto de fertilizantes nos cafezais

O grupo GIEU, organizador do evento, junto de palestrantes do Curso de Produção de Café, que aconteceu na Unesp de Jaboticabal/SP na semana passada.





No sentido horário: Engº Agro. Luiz Augusto Pollo, consultor; Engº Agro. Luiz Wanderley Braga, da Dupont; Engº Agro. Cassiano Mobricci, da Bunge Fertilizantes; Equipe da Faz. Cambuhy, de Matão/SP.

Equipe CaféPoint

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ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/11/2009

Prezado Paulo.
Quais as variedades que voces plantaram neste espaçamento, e como está ocorrendo a colheita mecanica. De que forma estão fazendo a colheita, e o que utilizam para levantar o café do chão.
Atenciosamente,

Artur Queiroz de Sousa
PAULO RODRIGUES PELOIA

MATÃO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/11/2009

Prezado Artur Queiroz de Sousa,

Saudações.

Este volume de irrigação (3 mm) diz respeito à área efetivamente irrigada. Segundo estudos realizados para a fazenda, é de aproximadamente 0,5 m de faixa de cada lado da linha de gotejo (e consequentemente, da planta). Temos, na maior parte da área, um espaçamento de 3,5 x 0,5 m (5.714 pl./ha). Desta forma, para cada 1 ha de área total, consideramos uma área efetivamente irrigada de 0,3 ha.

Atenciosamente.
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/10/2009

Gostaria de mais informações da Fazenda Cambuhy. Quanto à fertirrigação, no texto diz 3mm de volume de água, mas não diz se é por metro quadrado, se é por pé, etc... gostaria da informação, se for por planta, favor informar o espaçamento utilizado.

Grato.

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