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Estudo: cafeeiro responde às altas doses de fósforo

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 23/07/2009

4 MIN DE LEITURA

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Dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal de Lavras (Ufla) contribui para abandonar a idéia de que o cafeeiro não responde à aplicação de altas doses de fósforo (P) no solo em sua fase de produção, sobretudo, em solos de baixa fertilidade. As conclusões de Thiago Henrique Pereira Reis reafirmam a visão de uma nova corrente que busca repensar o sistema produtivo do cafeeiro, visando torná-lo mais eficiente, competitivo e sustentável. Neste estudo, que recebe o apoio financeiro do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, observou-se que o cafeeiro irrigado respondeu à adubação fosfatada, obtendo uma produtividade média de 70 sacas em seis anos avaliados com a maior dose de P2O5 (400 Kg/ha).

A pesquisa de Thiago Reis segue a linha adotada pelos pesquisadores da Embrapa Cerrados, da equipe do pesquisador Antônio Fernando Guerra, aprofundando os conhecimentos quanto ao comportamento e disponibilidade de fósforo no solo, observados no âmbito do sistema solo-planta. O estudo questiona os atuais critérios de recomendação de adubação fosfatada para o cafeeiro. Desta forma, buscou caracterizar a disponibilidade de P quando da aplicação de maiores doses do nutriente, por meio de seu fracionamento no solo. Constatou-se que a maior parte dos compostos fosfatados está na fração biodisponível, ou seja, aquela ainda disponível às plantas. Também se buscou caracterizar a variação das formas inorgânicas de fósforo ligadas a Ferro (Fe), Alumínio (Al) e Cálcio (Ca), por meio do fracionamento das mesmas, ao longo dos ciclos de cultivo.

Sob orientação do professor Antônio Eduardo Furtini Neto e coorientação do pesquisador da Epamig, Paulo Tácito Gontijo Guimarães, o estudo quantificou as frações do nutriente em função da produtividade do cafeeiro em dois experimentos com solos distintos: em um Latossolo Vermelho distrófico, em área irrigada localizada em Planaltina (DF), no Campo Experimental da Embrapa Cerrados, e em um Argissolo Vermelho distrófico, em área de sequeiro, em Cabo Verde, Sul de Minas Gerais.

Demonstrações e resultados

A conclusão do estudo de Thiago Reis revela que o fósforo aplicado ao solo encontra-se na fração biodisponível, principalmente ligado ao Alumínio, sendo esta a forma que predominantemente fornece o nutriente ao cafeeiro. Vale lembrar que o fósforo total (PT) é composto de frações orgânicas e inorgânicas do nutriente e apresentam diferentes graus de disponibilidade para as plantas. Nesse sentido, analisando-se os resultados obtidos pelo fracionamento do P inorgânico, onde não ocorreu a adição de P no solo (dose 0 kg ha de P2O5), observou-se que a maior parte do nutriente esteve complexada com Fe, prevalecendo a ordem P-Fe>P-Al>P-Ca, para todas as camadas avaliadas nos dois anos (0 a 10, 10 a 20 e 20 a 40cm).

À medida que as doses de P no solo foram aumentadas, todas as frações inorgânicas do nutriente aumentaram, de modo mais expressivo o P-Al, seguido do P-Fe e, posteriormente, o P-Ca. Esse comportamento foi observado com maior destaque na camada de 0 a 10 cm, uma vez que a adubação fosfatada na cultura do cafeeiro ocorre em superfície, sem haver incorporação, sendo o nutriente de baixa mobilidade no solo.

De maneira geral, os maiores ganhos de produtividade do cafeeiro foram constatados a partir da dose anual de 200 kg/ha de P2O5. Esses resultados mostram-se expressivos em relação a estudos anteriores, quando foram analisadas doses de 0 a 180 kg de P2O5 e incrementos da ordem de 12 a 16% na produtividade. Na área de sequeiro avaliada, a produtividade foi de 69,5 sacas beneficiadas/ha, na safra 2008, para a área que recebeu 300 kg/ha de P2O5 e 38,8 sacas beneficiadas/ha para a área adubada convencionalmente. Neste experimento, localizado no Sul de Minas, além da maior produtividade, a aplicação de alta dose de fósforo ainda resultou em um menor efeito da bienalidade, mantendo-se a produtividade acima de 60 sacas/ha nos dois anos avaliados.

Contextualização da pesquisa

Por muitos anos, o cafeeiro foi considerado uma planta que não respondia à aplicação de doses de fósforo no solo em sua fase de produção. Provavelmente, chegou-se a esta conclusão devido ao fato do fósforo ser um dos nutrientes menos exportados pelo cafeeiro, como descrito nos trabalhos do professor Eurípides Malavolta, que também creditava ao nutriente o papel de armazenar e transferir energia para a planta. Além disso, anteriormente, o cafeeiro era cultivado em solos de média a alta fertilidade e a maioria das fazendas experimentais nas diferentes regiões do mundo situava-se em localidades nessas condições. Entretanto, alguns trabalhos têm mostrado que esta planta consegue responder a incrementos de fósforo, principalmente nos solos de baixa fertilidade como os originalmente sob cerrado.

As pesquisas acerca do comportamento do fósforo no solo foram intensificadas a partir do desenvolvimento da tecnologia do estresse hídrico controlado pela equipe da Embrapa Cerrados. Existia uma demanda crescente por informações sobre a influência de adubações fosfatadas no desenvolvimento, vigor das plantas e pegamento da florada. Existia a idéia de que o nível de fósforo observado nas análises do solo de alguma forma estaria inadequado para as plantas. Neste sentido, o estudo de Thiago Reis retoma os trabalhos que focalizam a importância do fósforo na formação e manutenção dos cafeeiros.

Os resultados demonstram que o ajuste nutricional é necessário também nas lavouras de sequeiro, visando garantir o desenvolvimento das plantas e o pegamento da próxima safra, sobretudo, para lavouras de alta performance. Contudo, ainda há necessidade de responder muitas indagações a respeito do assunto.

As informações são de Cibele Aguiar, jornalista da Embrapa Café.

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ELMIRO VIEIRA QUEIROZ

UNAÍ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/10/2014

Thiago parabéns pelo trabalho voltado à aplicações de altas doses de fósforo no café em produção, aumentando a produtividade e tb os níveis de fósforo no solo.



Sugiro em outro oportunidade, fazer um trabalho inverso, reduzir as doses de fósforo aplicado e buscar técnicas que FISICAMENTE promova maior sinergismo no processo de  absorção de fósforo do solo pelas plantas, onde imagino que QUINICAMENTE não será possível, pois mesmo com altas doses de fósforo a maioria dos cafés estão com níveis inadequados de fósforo nas folhas com relação ao volume disponibilizado no solo.
GERALDO EVANGELISTA DA SILVA FILHO

CAPELINHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/08/2009

Parabéns pelo trabalho de pesquisa sobre adubação fosfatada em cafeeiro.

Nos meus 32 anos de agronomia, sempre voltados para a cultura cafeeira, venho observando que tanto no sequeiro quanto na lavoura irrigada onde trabalho com concentração maior de fósforo vinha obtendo melhores resultados em média de 4 anos.

Sugiro que o colega continue pesquisando e aprofundando mais neste assunto, juntamente com Dr. Paulo Gontijo, que é uma autoridade no assunto.

Abraços.
ADRIANO XIMENES

RIO BANANAL - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/08/2009

Eu tenho uma dúvida em relação à adubação fosfatada. Qual fonte de fósforo devo usar: os solúveis ou os reativos na cultura do café conilon?
MARCO ANTÔNIO DA COSTA

PARAGUAÇU - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/08/2009

Parabéns pelo belo trabalho.

Estou conseguindo uma produtividade de 132 sacas por hectare com o solo de 109 mg/dm³ e os teores de P nas folhas com 0.20 mg/dm³ e em área sem irrigação.
ERICK CARDOSO FARIA

PASSOS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 28/07/2009

Parabéns pelo excelente trabalho, este é um assunto bem polêmico e merece destaque e sucesso profissional!

JULIANO TARABAL

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS

EM 26/07/2009

Parabéns pelo belo trabalho Thiago e Paulo Gontijo. A UFLA segue sua tradição em revelar grandes pesquisadores da cultura do café, juntamente com a EPAMIG, representada neste trabalho por Paulo Gontijo.

Abraços

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