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O que muda com o Lançamento Oficial do Fairtrade Brasil

POR ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

ULISSES FERREIRA

EM 09/04/2015

3 MIN DE LEITURA

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Foto ilustrativa: Lucas Albin/Agencia Ophelia/ Café Editora
Foto ilustrativa: Lucas Albin/Agencia Ophelia/ Café Editora


Presente no lançamento oficial do FairTrade Brasil percebi que muitas pessoas não estavam entendendo o porquê da cerimônia, já que a certificação está presente no território tupiniquim ha mais de 15 anos.

Como sei que essa dúvida está na cabeça de muitas pessoas o artigo de hoje busca explicar passo a passo o que muda com o evento realizado no dia 25 de março de 2015, na cidade do Rio de Janeiro. Diga-se de passagem, um dia histórico.

Bom uma coisa já mudou mesmo antes do FairTrade ser lançado oficialmente no país, a agricultura familiar no Brasil já tem seu lugar e importância reconhecido, uma conquista para mais de 4 milhões de famílias que hoje têm acesso a credito, a assistência técnica e ao mercado, graças a diversos programas governamentais e iniciativas paragovernamentais, tais como a certificação FairTrade.

Atualmente são 40 organizações da agricultura familiar certificadas dentro do sistema de comércio justo, representando mais de 27 mil famílias, sendo dessas 22 no setor cafeeiro. Essas organizações (cooperativas e associações) se destacam dentro do setor agrícola por estarem altamente organizadas, com boa gestão e acesso a mercado e com uma boa capacidade de investimento para a realização de projetos de desenvolvimento, graças ao prêmio.

Mas todo esse movimento era destinado à exportação, não existia uma organização de pessoas engajadas para promover o mercado dos produtos da agricultura familiar no Brasil. Existiam casos pioneiros, com empresas de café, sorveterias, organizações de produtores e o caso mais emblemático que é a cidade de Poços de Caldas (MG) que promove desde 2012 o consumo de produtos de comércio justo.

Agora o que muda é que o consumidor brasileiro será conscientizado da importância da agricultura familiar e terá a oportunidade de contribuir com todo esse movimento, buscando e identificando os produtos com o selo FairTrade.

Para as organizações da cafeicultura familiar FairTrade cria-se um novo mercado (além da exportação), com duas possibilidades: a primeira já debatemos bastante nesta coluna que é a agregação de valor com industrialização do produto. Outra oportunidade é o mercado de produto in natura (ex. café cru) para a indústria nacional que logo estará lançando marcas com o selo do comércio justo.

O varejo nacional, ganha um reforço, principalmente aquelas empresas que já trabalham com o comércio justo ou tenham em seu DNA a ética nos negócios, a certificação FairTrade é um reforço, pois trás uma comunicação forte, fácil e impactante, que diz, essa empresa tem uma preocupação social garantida por um sistema auditado e transparente.

Mas a mudança que realmente importa é que cada vez mais organizações terão a oportunidade de obter a certificação FairTrade, aumentando o impacto e mudando vidas de comunidades que antes estavam à margem do comércio convencional.

Rio de Janeiro inicia processo para ser uma FairTradeTown
No mesmo dia do lançamento do FairTrade Brasil, a cidade do Rio de Janeiro deu o primeiro passo para ser uma cidade de comércio justo e solidário. Reunidos no Museu das Artes, representantes de organizações comunitárias, do comércio, de restaurantes, da prefeitura, do Sebrae e de produtores foram apresentado ao conceito de FairTradeTown (cidade de comércio Justo).

Com o objetivo de promover no mercado local o consumo de produtos com o selo FairTrade a campanha está sendo preparada e os representantes do comitê gestor do Movimento Rio de Janeiro Cidade de Comércio Justo e solidário esperam atingir mais de 100 estabelecimentos disponibilizando produtos de comércio justo. A Meta do Comitê é obter a certificação de FairTradeTown em novembro de 2015.

Certamente o impacto dessa decisão do Rio de Janeiro será gigantesco e a exemplo da cidade de Poços de Caldas, existem muitas pessoas e empresários entusiasmados com a possibilidade de desenvolver um comércio mais justo, direto com o produtor. Para quem ainda desconfia do movimento de comércio justo no Brasil, abre o olho ou vai ficar para trás. 

ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

Administrador, especialista em cafeicultura sustentável, Diretor do Departamento de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Botelhos e consultor de associações e certificações agrícolas.

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ANDRE ARAUJO

QUISSAMÃ - RIO DE JANEIRO - INSUMOS PARA INDÚSTRIA, DISTRIBUIÇÃO E VAREJO

EM 12/08/2015

Prezado Ulisses, bom dia. Parabéns e obrigado pelos contantes e proveitosos artigos.

Com qual ONG ou empresa posso fazer contato em minha região, norte do estado do RJ, para obter a certificação com SELO FAIR TRADE? Obrigado. Abçs
ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/04/2015

Nisio, Bom dia!



Realmente precisamos criar alternativas, a certificação FairTrade é uma.
ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/04/2015

Sergio, bom dia!



tudo bem ai em Divinolândia?



Bom sei que existe algum atrito, não estou muito bem iterado do motivo.



Mas uma coisa tenho certeza, isso não pode e não vai diminuir a importância do movimento de pessoas que buscam incentivar o consumo de produtos com o selo FairTrade no Brasil.



Abrindo um novo mercado para organizações da agricultura familiar no Brasil.



Concordo com você que o FairTrade não é apenas um sistema de comercio e que cooperativas não devem apenas ficar esperando o premio.
ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/04/2015

Adir, creio que a definição melhor seja, sou cafeicultor dono de uma propriedade de médio porte.



Bom partindo dessa definição, concordo com você as propriedades de médio porte, são importantes, geram emprego, desenvolvimento e estão com um desafio enorme, pois não se enquadram como beneficiários de programas governamentais para a agricultura familiar e não tem volume considerável para competir no mercado.



Mas gostaria de informar a você que muitos superam esse desafio, muito buscam parceria com pequenas torrefações, cafeterias, buscam se destacar no mercado de cafés especiais, e outros ainda buscam a união, isso mesmo porque médios produtores não criam associações e cooperativas para aumentar sua competitividade.



Aqui em Poços de Caldas, temos essa visão, muitos produtores ao invés de reclamar estão organizando a associação cafés vulcânicos, e buscam se diferenciar no mercado.



Outro exemplo e Carmo de Minas, eles superam a falta de assistência técnica abrindo a porteira da propriedade para pesquisas, estão muito organizados em vários sentidos.



Bom alternativas existem, muito médios produtores estão se associando em cooperativas FairTrade, e possível também.



Basta se informar um pouco mais!



Mas lembre-se, mesmo buscando alternativas o mercado esta e estará cada vez mais competitivo, não significa que as coisas serão fáceis, quando mais profissionalizado o produtor for, independente do tamanho de sua propriedade, mais ele percebe que não da para ficar parado.



Vamos tentar manter esse assunto em um bom nível.


NISIO JOSE SOARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 11/04/2015

Favor revisar o texto acima, para o texto abaixo:



Notícia auspiciosa que contribui para o afrontamento aos especuladores que ditam os preços do café na Bolsa de Nova York através de movimentações diárias de bilhões de dólares. Sabemos que no momento atual a produção de café brasileira - disparado o maior produtor mundial - teve a safra de 2014 afetada e terá comprometimento da safra de 2015 comprometida pelas severas e histórica condições climáticas negativas, mas os preços despencaram mais 20% pela manipulação, e vimos com surpresa que o Brasil fez uma exportação recorde em março/2015 ou seja claramente uma incapacidade de organização dos cafeicultores diante da realidade das safras de 2014 e 2015.

Concordo também com a necessidade de aumentar a industrialização do café que além de agregar valor, aumenta renda e emprego aos brasileiros ao invés de transferir esta oportunidade para o exterior. Uma pena que Fair Trade não ser percebida pela mídia de maior penetração e pela mídia da especialidade agrícola, que deveria mostrar o destaque merecido. Ademais, causa espanto o fato de ter produtores contra esta iniciativa, uma vez que ela abre novos mercados e estabelece um contraponto aos preços ditados pelos especuladores de Nova York que durante vários anos vem impondo preços defasados com os custos aos cafeicultores. Os cafeicultores não devem aceitar ser reféns dos preços ditados pela Bolsa de Nova York. Enfim o recorde de exportação de café pelo Brasil em março desmoraliza todas pesquisas, comunicados e outras informações da redução de safras.
NISIO JOSE SOARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 11/04/2015

Notícia auspiciosa que contribui para o afrontamento com especuladores que ditam os preços do café na Bolsa de Nova York através de movimentações diárias de bilhões de dólares. Sabemos que no momento atual a produção de café brasileira - disparado o maior produtor mundial - está com safra de 2014 e 2015 afetada pelas condições climáticas, os preços despencaram mais 20% pela manipulação, mas infelizmente o Brasil teve uma exportação recorde em março/2015 ou seja claramente uma capacidade de organização dos cafeicultores.

Concordo também com a necessidade de aumentar a industrialização do café que além de agregar valor, aumenta renda e emprego aos brasileiros. Uma pena que Fair Trade não foi percebido pela midia popular e especialidade agrícola o destaque merecido. Ademais, causa espanto o fato de ter produtores contra esta iniciativa, uma vez que ela abre novos mercados e estabelece um contraponto aos preços ditados pelos especuladores de Nova York que durante vários anos vem impondo preços defasados com os custos aos produtores.
FRANCISCO SÉRGIO LANGE

DIVINOLÂNDIA - SÃO PAULO

EM 10/04/2015

Caro Ulisses, dia historico?

Como produtor fairtrade sei muito bem o que aconteceu no Rio de Janeiro.

Enquanto as coisas não ficarem bem claras, o que aconteceu no Rio não foi nada mais do que uma tentativa de um péqueno grupo tirar proveito de um sistema que a principio se mostrou como alternativa mas com o passar do tempo começou a se mostrar caotico, principalmente aqui no Brasil. Ser fairtrade é muito mais do que comercializar e buscar premio como consolo. Pra entender fairtrade precisamos viver fairtrade e isso aqui no Brasil vai precisar muito mais do que conceitos, vai precisar de muito mais educação.
ADIR FAVA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/04/2015

Obrigado, Ulisses, pelas suas considerações. Mas veja bem: Sou um pequeno agricultor, cumpro com todas as normas das leis trabalhistas, tenho na minha propriedade politicas bem definidas de segurança do trabalho, meio ambiente, etc, mas não sou recebido em lugar algum com os privilégios da agricultura familiar ou da classe de agribusiness, pois não sou grande nem pequeno demais e, portanto, em nenhum lugar das politicas publicas lembra a existência de agricultor que poderia dizer "tamanho médio".  Ou seja, existem apenas duas classes de agricultores: o que se denomina agricultura familiar e os grandes. Apenas para ilustrar, eu entrei num escritório estadual de apoio aos agricultores e a primeira coisa que escutei é que ali só atendia agricultores até 30 hectares. Fui em outro de nível federal e disseram que somente atendem agricultores até 4 módulos rurais. Então, o que é isto? Sim, significa que o país tem interesse em manter apenas o que se denomina "agricultura familiar" e toleram os grandes porque não podem combater os grandes. Abandonam o médio para que ele se torne um pobre miserável até ser um sem terra. Onde está a justiça social? Que sociedade é esta? Trata-se, com certeza de um modelo cubano de justiça social onde todos devem ser pobres coitados para que o governo os assista e os mantenham sob seu controle e total influencia. Desta maneira fica bastante claro que existe muita mentira no que você chama de humanidade justa e sustentável. Para mim são apenas palavras e frases para enganar bobos. Desculpe-me a sinceridade, pois sei que existem muitas pessoas de bem acreditando nestas mentiras de justiça social importadas de socialistas latinos.
ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2015

Adir, com certeza o objetivo do FairTrade não é discriminar ninguém, na verdade só busca trazer um pouco mais de justiça em um mercado que muitas vezes contribui para a degradação social em vários países, inclusive no Brasil.



Sempre cito o exemplo do cacau. Você sabia que cerca de 60-70% do chocolate consumido no mundo tem trabalho escravo e péssimas condições de trabalho, remuneração injusta pelo produto e ainda que os atravessadores e a indústria são ficam com grande parte dos lucros da cadeia produtiva, pressionando cada vez mais a qualidade de vida de comunidades de produtores mundo afora?



Pensando em mudar essas realidades consumidores do mundo todo estão se organizando e cobrando mudanças, não só com palavras e boa intenção, mas com a atitude de comprar produtos que garantam condições dignas e remuneração justa no campo.



Eu particularmente acredito, e nas minhas aulas de gestão do agronegócio reforço isso com dinâmicas, que tanto grandes produtores (o agribusiness)  quanto a agricultura familiar são importantes e necessárias, cada um tem seu espaço, mas é preciso um olhar diferenciado para a agricultura familiar, para manter um certo equilíbrio evitando a exploração.



Não há esse rotulo de socialismo, na verdade creio mais em uma humanidade justa e sustentável, o que acha?
ULISSES FERREIRA DE OLIVEIRA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2015

Joaquim, acredito ser um  ótima oportunidade para a agricultura familiar, neste caso cafeicultores. Resta saber como esses cafeicultores vão aproveitar essas oportunidades.
ADIR FAVA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/04/2015

É curioso ver que uma parcela de agricultores é diferente de outras. Numa sociedade democrática não deveriam existir tais discriminações, pois se confundem e se misturam e esquecem o que é realmente o foco da questão. Afinal de contas, o que é isto? Um socialismo discriminatório ou um sistema de gestão de negócios ou que outra coisa é?
JOAQUIM MAGEWSKI

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO

EM 10/04/2015

uma otima noticia ?

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