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Causas e efeitos na produção brasileira de arábicas em 2014/15

ESPAÇO ABERTO

EM 04/07/2014

4 MIN DE LEITURA

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Por Marco Antonio Jacob


Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora
Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora


Desde fins de Janeiro deste ano, as condições climatológicas ideais para a produção de café vêm deixando a desejar, porém, devido a não organização do setor produtivo cafeeiro e principalmente a descaso dos gestores públicos governamentais brasileiros ligados a cafeicultura, muita desinformação e confusão têm acometido o mercado cafeeiro.

Os “players” do mercado cafeeiro mundial, por força de seus interesses, falam diversas línguas, com poucas exceções o idioma “cafeeiro”, não podemos critica-los, porque assim é, e, sempre será a regra do jogo, neste esporte não têm fair –play.

Assim sendo, resta-me procurar esclarecer os fatos, tentando trazer um pouco mais de clareza a esta discussão.




Quanto as precipitações acumuladas neste primeiro semestre, poderia fornecer dados próprios, mas para ser transparente, prefiro citar os dados publicados pela da Cooxupé, pois abrangem grande parte de importantes regiões cafeeiras brasileiras.

Podemos observar que São Pedro não foi generoso em chuvas com os cafeicultores brasileiros neste primeiro semestre, a grosso modo, comparando-se o primeiro semestre do ano de 2014 versus do ano de 2013, sem tabular proporcionalidade dos parques cafeeiros por região, a quantidade média de chuvas das 14 regiões mencionadas foi de apenas 45,86% em relação ao semestre do ano anterior, isto é, menos que a metade.

Gostaria de mencionar os dados de temperatura entre o primeiro semestre de 2014, em comparação a 2013, porém estes dados me faltam, afirmo que o primeiro semestre deste ano foi mais “escaldante” que no primeiro semestre de 2013.
Seria interessante também citar a incidência dos raios solares sobre os cafezais, mas me faltam estes dados também.

Devido aos dados pluviométricos expostos acima, restam os questionamentos abaixo:
A) É possível os cafeeiros produzirem em seu potencial para a safra de 2014, haverá perdas na quantidade e qualidade dos grãos que estão sendo colhidos?

Apesar de estarmos no início de Julho , já temos uma boa parte da colheita em andamento, singelamente podemos considerar que na Zona da Mata já passa dos 60%, na Baixa Mogiana superamos os 50% , nas Regiões de Garça e Marilia também supera-se os 50% , na Alta Mogiana ultrapassa seus 25% , no Cerrado Mineiro ultrapassa-se os 20% , e , no Sul de Minas ultrapassa seus 40% , sugiro verem a reportagem da EPTV de 02/07/2014.

O que devemos nos atentar, é que apesar do clima estar colaborando para a colheita, sem chuvas a aproximadamente 30 dias, estando a colheita em pleno emprego, temos sobras de terreiros. É uma situação peculiar, só há uma equação que responde a esta peculiaridade:

Plena Safra + Velocidade de Colheita + Sobra de Terreiros = Menor Quantidade de Frutos de Cafés

Para a colheita de 2014, o endosperma do cafeeiro foi afetado devido a estiagem e altas temperaturas, traduzindo para os afeitos a termos técnicos, as sementes do café foram afetadas, e, justamente as sementes são a receita do cafeicultor.

Pelas amostras que chegam das fazendas, nota-se que os cafés desta safra têm grande incidência de grãos chochos, as peneiras estão menores e a densidade dos grãos também são menores (cafés leves), levando-se a um rendimento de frutos x grãos, bem menores.

Em recente entrevista 25 de Junho , o Sr. Carlos Paulino, presidente da Cooxupé comparou os cafés desta safra a ISOPOR, de tão leves que estão os frutos , assim sendo , devemos valorar a pesquisa pré-colheita dos respeitáveis técnicos da Fundação PROCAFÉ.

Quanto à qualidade, até o momento, devido também a falta de chuva e umidade relativa do ar, estamos colhendo uma safra de bebida boa, porém devido ao amadurecimento precoce e forçado dos frutos, haverá poucos cafés ricos e complexos em sabores, dado a isto, teremos menos oferta de cafés GOURMETS/ ESPECIAIS.

B) Haverá alguma sequela nos parques cafeeiros, que poderá incidir sobre a produtividade destes para a safra de 2015?

Notório é a menor vegetação dos ramos plagiotrópicos (ramos secundários) dos cafeeiros, com quase ausência de “palmetamento” (ramos terciários), inclusive é fácil a observação do menor crescimento (altura) dos ramos ortotrópicos, que são as hastes ou troncos.

Resumindo, a área de produção de café nos ramos secundários e terciários diminuiu exponencialmente devido à estiagem, altas temperatura e escaldadura (excessiva exposição aos raios solares) em importante período vegetativo do cafeeiro, JANEIRO a MARÇO.

Assim sendo, podemos considerar que haverá expressiva diminuição de produção para a safra de 2015, não sendo utópico pensar em uma queda de 30 % na produção esperada se as condições climáticas fossem satisfatórias, lembrando que a safra de cafés arábicos brasileira já seria menor devido a bienalidade do nosso parque cafeeiro.

Preocupante também é o atual déficit hídrico no solo, pois as raízes dos cafezais adultos apresentarem relativa profundidade, porém suas radicelas absorventes ficam principalmente nos 30 primeiros centímetros do solo, com um raio de cerca de 50 a 60 cm em torno das plantas, e, as evapotranspirações têm sido intensas devido aos dias quentes e ensolarados de nosso Outono e início de Inverno.

Muitas lavouras já começam a apresentar o sintoma de murcha, e, estamos apenas no início de Julho, as lavouras recém colhidas já apresentam um desfolhamento considerável, dado ao exposto acima, é melhor deixarmos a barba de molho.

Concluindo:
Porem muitos “espertos” dizem que café é uma planta sem vergonha, e que produz bem apesar das adversidades, para estes espertos dou uma resposta, criem vergonha. Convido os “experts” a debaterem este tema.

Analisem o MANUAL DE FISIOLOGIA VEGETAL, para aqueles que queiram se aprofundar mais na importância da água para a agricultura.


Dados da Pluviométricos COOXUPÉ






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MARCO ANTONIO JACOB

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/07/2014

Marden ,

Só hoje ví seu comentário , concordo em genero e grau com suas ponderações .

Porém , infelizmente para chamar-mos a atenção sobre esta estiagem , argumenta-se em cima dos dados como você  postou , a lógica da  matematica esconderia a realidade da pessima distribuição de chuvas.



Obrigado por engrandecer o debate.
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/07/2014

Prezado Sr. Marco Antônio Jacob,



Interessante a sua análise a respeito da pluviometria. Gostaria, a título de fomentar o debate, de reforçar um ponto que, embora mostrado em seu artigo, pode trazer mais informações às discussões.



Geralmente, trabalhamos com o conceito de "Ano Hidrológico" para apuração do volume de chuvas. No caso da cafeicultura, o ideal seria trabalharmos com um período de 12 meses compreendido entre OUTUBRO de um ano e SETEMBRO do ano seguinte.



Essa apuração nos leva aos seguintes dados (pluviometria COOXUPÉ - Estação Monte Carmelo):

-- 2011/12: 1481,5 mm

-- 2012/13: 1556,4 mm

-- 2013/14: 1332,2 mm [*]

[*] Acumulados até JUN/2014.



Considerando os valores acima, se considerarmos ainda uma chuva mediana no trimestre que falta para fecharmos o ano hidrológico, teremos um total próximo de 1400mm, o que é, em termos totais, pouco distante da média para a região.



O grande problema foi a estiagem ocorrida entre janeiro e fevereiro. Isso sim, teve um efeito muito mais perverso do que a quantidade de chuva enviada por São Pedro. Houve produtores que sequer conseguiram adubar corretamente, no momento correto, em virtude da ausência de chuvas nesse período.



Assim, mais que a quantidade de chuvas, o grande problema foi mesmo a sua distribuição. O que reflete diretamente na produção da safra atual e na vegetação para a próxima safra, como é bem colocado no artigo.



Ainda há um efeito perverso na recomposição dos aquíferos. Em nossa região, que depende bastante de irrigação, já se percebe uma redução drástica na vazão de nascentes e dos próprios cursos de água. Isso é consequência direta da má distribuição das chuvas, mais do que sua quantidade, pois as chuvas mal distribuídas -- grandes volumes em curto período de tempo -- percolam (infiltram) menos que o necessário para a recomposição do freático, gerando escoamento superficial (que se perde em ondas de cheia, no máximo ficando retidas nos grandes barramentos) e, muitas vezes, erosão.



Lembro-me claramente de um evento de chuva em Monte Carmelo (creio que em Março/2014), devidamente registrado pela estação da Cooxupé, em que tivemos uma precipitação de 108 mm em cerca de 1 hora. Isso é um evento extremo dentro dos padrões hidrológicos da região.



Não fiz os cálculos para as outras estações da Cooxupé, mas possivelmente os números serão semelhantes.



Enfim, o grande vilão este ano não foi a "economia" de São Pedro, mas a sua "impaciência" em brindar-nos com menores e mais frequentes "prestações".



Obrigado pelo artigo,



...Marden Cicarelli.

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