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Café = Frango: uma escravatura branca

POR WAGNER PIMENTEL

ESPAÇO ABERTO

EM 13/10/2009

2 MIN DE LEITURA

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A produção avícola no Brasil tem se dado no sistema integrado de produção onde o produtor recebe do frigorífico abatedouro os pintinhos, os insumos, o transporte, e ele, o produtor, fica encarregado de produzir o frango. Na época do abate o frigorífico manda buscar na propriedade o produto terminado, o frango, e paga por ele um preço pré-determinado entre as partes, de modo que este valor o remunere pelos serviços prestados. O produtor se torna um mero prestador de serviços.

A cafeicultura está partindo para o mesmo caminho, com a diferença que a nossa produção é anual, ou melhor, bienual, enquanto na de frango, através de rodízio de galpões, o produtor consegue um faturamento mensal.

O mercado fica trabalhando dentro de uma variação de bolsa, digo bolsa de Nova Iorque, a Ice (Berg). Dentro dessa variação, chamada de suporte e resistência, é que se dá o tom do mercado físico do café doméstico. Trabalham fazendo hegde, que seria o seguro dos grandes investidores ou trades, o que significa que quando compra-se no mercado físico o café, vendem-no na bolsa, e quando compram bolsa vendem no físico, nunca perdendo, pois sempre tem como fazer o hedge. Uma tradução simples de hedge seria cerca.

Em finanças, chama-se cobertura (hedge, em inglês) ao instrumento que visa proteger operações financeiras contra o risco de grandes variações de preço de determinado ativo. Quando o pordutor vende uma CPR visando se assegurar de um preço atual que possivelmente não terá no futuro ele está fazendo seu hedge.

Essa variação de mercado está estacionada nos últimos 3 meses. Entre os piores dias de baixa estão 13/07/09, no valor de 116.45 cents de dólar por libra peso, formando um suporte nesse nível; a máxima de 146.45 de 02/06/2009 forma uma resistência. Ficamos dentro desse intervalo, onde as grandes companhias traders e indústria trabalham: abrem as compras quando cai e diminuem quado sobem, nos mantendo dentro desse intervalo.

Grandes companhias de fertilizantes e insumos também trabalham neste sentido, nos mantendo dentro dos intervalos que os melhor remuneram. Estamos recebendo pelo nosso café aquilo que eles acham que é o suficiente para nos mantermos vivos. Com as melhores informações possíveis, sabem quando iremos comprar insumo ou quando vamos pagar nossas contas no banco, não nos deixando receber um preço justo pela nossa mercadoria.

Enquanto um saca de café torrado, transformado em café espresso, por exemplo, custa para o consumidor R$11.250,00 a saca de 60 kg ou seja R$2,50 a "chicrinha" de café, nós recebemos uma miséria, migalha, desse valor. Isso é um jogo de cartas marcadas onde a grande brincadeira, diga-se de passagem, de mal gosto, é a de lesar o bolso e o patrimônio do produtor.

Temos que ter força para se opor a esse sistema carrasco que estão nos impondo à força guela abaixo. Esse "fair trade" de que tanto falam é só pra inglês ver. A diferença entre o produtor de frango, e de café seria que nós não temos o fluxo de caixa mensal nem um faturamento combinado, estamos jogados em um mercado de canibais, que nos pagam apenas o suficiente para não acabarmos de morrer.

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WAGNER PIMENTEL

MANHUAÇU - MINAS GERAIS - TRADER

EM 19/10/2009

Caro Carlos Alberto,

A rotina do produtor não está muito boa. A reclamaçãoo está em todo setor, mas não quero com meu artigo menosprezar o trabalho de ninguém. O que quero dizer é que nosso lucro é sempre do tamanho que eles querem.

Enquanto a sua disposição de montar um sindicato, esse é o caminho.

Cordialmente,
CARLOS ALBERTO AIMOLE PAGLIARONE

FRANCA - SÃO PAULO

EM 19/10/2009

Nobre companheiro Wagner, tenho granja há mais de 21 anos e sempre gasto nela mais que ela me retorna. A desculpa é q sempre a granja do vizinho dá melhor resultado. A Cargil treina o técnicos a dar desculpas e não a criar frangos, e a corda sempres rompe do lado mais fraco.

Em meu último lote entregue eles reclamaram que o clima estava muito frio e eu não consegui elevar a temperatura de 11° para 32°. ESTOU DISPOSTO A MONTAR UM SINDICATO DOS GRANJEIROS.
WAGNER PIMENTEL

MANHUAÇU - MINAS GERAIS - TRADER

EM 16/10/2009

Prezado Carlos Otávio,

Reconhecer e falar do problema não é tao fácil assim, mas a solução com certeza é bem mais dificil. Sem uma mobilizaçao e concientização do produtor é muito dificil mudar esta situação, portanto estamos nos organizando para enfrentar este poderoso problema, pois quem está ganhando com ele não tem interesse de solucioná-lo.

Obrigado,
CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

MIMOSO DO SUL - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/10/2009

Prezado Wagner, muito boa sua análise! Reconhecer o problema não é uma tarefa difícil, no entanto a solução se torna um pouco mais complexa.

Sabemos que ganha mais quem está mais perto do consumidor, ou seja, somente se o produtor se organizar de forma eficiente é que tal problema poderá ser solucionado.

Atenciosamente,

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