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Opções públicas: um imbróglio

POR CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

CELSO VEGRO

EM 18/02/2014

5 MIN DE LEITURA

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Portaria Interministerial no842, publicada no Diário Oficial da União no173 de 06/09/2013, instituiu os leilões de contratos de opção para café arábica estabelecendo preço de exercício de R$343,00/sc para os contratos leiloados e efetivamente adquiridos1. Esse patamar para o preço de exercício foi cautelosamente quantificado tendo sido tomado em conta dois fatores: a) o ciclo de baixa e b) a entrega no pico da entressafra (março/14).

A aquisição de um contrato de opção de café arábica, sendo a CONAB (governo) único lançador, portanto, tomador exclusivo de risco, houve recolhimento do prêmio de aquisição apenas simbólico. Somando-se a arrecadação dessa taxa dos avisos de venda no148, no155 e no161, a CONAB recebeu cerca de R$10 milhões em prêmio. Caso esse lançamento fosse conduzido por operadores desse mercado a arrecadação poderia alcançar os R$137,6 milhões (conforme cálculo efetuado no estudo “Opções Públicas: entre o êxito e a necessidade de ajustes” abaixo referenciado) . De qualquer modo, o montante arrecadado, se bem empregado, permitiria a construção de razoável armazém público para recebimento de café estrategicamente localizado.

Os cafeicultores, utilizando seu CPF, adquiriram 3.018 contratos de opções (301.800 sacas), representando 11,6% do total oferecido pelo lançador2. Em 2014, as cotações de café arábica na Bolsa de Nova York contabilizam alta de aproximadamente 30%. Na região de Franca, por exemplo, dados do IEA indicam que os preços médios recebidos pelos cafeicultores pelo natural evoluíram 14,86% desde janeiro até 14 de fevereiro de 2014, contabilizando nessa data a cotação de R$332,20/sc3. Em face desses preços, a possibilidade de exercício das opções é quase nula. Essa seria a parte saudável do desfecho dos contratos de opções públicas de arábica4.

Outros 22.924 contratos, fatia majoritária das aquisições (88,4%), foram arrematados pelas cooperativas (CNPJ). Desse total, 19.282 contratos (74,3%), foram efetuados por empresas coletivas situadas em território mineiro. As cooperativas, aparentemente, fatiaram os lotes de contratos junto ao quadro social.

Desde sua origem o Brasil é signatário do Acordo da Basiléia que tem por meta normatizar o sistema financeiro internacional. O atual protocolo (terceiro) possui dentre suas mais importantes premissas a transparência de mercado. Justamente nesse quesito que se apegaram os críticos da venda de contratos para CNPJ’s arrematantes, pois sob essa forma a distribuição dos contratos estaria submetida a critérios subjetivos das diretorias executivas das cooperativas. Nessa porção da operacionalização dos contratos que se concentra a parte viciosa das opções públicas.

Tendo sido a política desenhada por órgão público (CONAB) e sendo da mesma natureza os recursos alocados para a ação, delegar ao segmento privado a decisão sobre critérios e perfil dos beneficiários, um traço anormal em seu desenho. Em experiências congêneres anteriores6, dossiês e denúncias levadas ao Ministério Público, ainda aguardam por devidos esclarecimentos e responsabilização.

Tabela 1 – Resumo dos Resultados dos Avisos de Venda, Contratos de Opção, Café Arábica, setembro de 2013



Fonte: Cecafé, 20132.

Parlamentares ligados ao agronegócio café em associação a líderes cooperativistas e suas entidades representativas, formaram lobby que conseguiu, junto ao MAPA (em decorrência a CONAB), que o arremate dos contratos de opção pudesse ocorrer por meio do emprego do CNPJ das cooperativas. Impossível de ser previsto pela ação lobista naquele momento que, no transcurso da safra 2014/15, as lavouras seriam acometidas por tão agressiva anomalia climática registrada nos principais cinturões de arábica nos primeiros 45 dias de 2014. A precificação do fenômeno por parte dos agentes de mercado foi imediata.

De situação de absoluta certeza quanto ao exercício das opções, passou-se para o outro extremo. A realidade a todos surpreendeu e produziu em seu rastro um imbróglio. As cooperativas, visando se apoderar das quantidades necessárias de café para o cumprimento dos contratos (exercício das opções) foram as compras. Calculadas as despesas o preço oferecido aos cafeicultores oscilou entre R$280,00 e R$310,00 para a realização de negócios à vista. A amplitude dos preços reflete o tipo de produto, ou seja, valores inferiores para a entrega da chamada bica corrida e superiores para os cafés já selecionados por tipo. Como esperado, aos preços vigentes em out./20135, a corrida pela venda por parte dos cafeicultores foi intensa.

Com a recente alta nas cotações, aqueles cafeicultores que aceitaram a proposta das cooperativas e comercializaram seu produto, estão sendo economicamente prejudicados. Caso a compra do direito de venda (opção) ocorresse em seu CPF, o não exercício permitiria redirecionar seu café para o mercado obtendo pelo produto entre R$320,00/sc a R$360,00/sc dependendo da qualidade da bebida. Cafeicultores que comercializaram a R$290,00/sc transformaram-se de beneficiários da política pública em vitimados por suas cooperativas.

Os cafeicultores prejudicados devem se mobilizar imediatamente para que os negócios sejam desfeitos ou, alternativamente, reivindicar que a diferença praticada pelo mercado a cotações médias do mês lhes seja depositada. Parte substancial do preço pago pelas cooperativas contemplava taxas e serviços que não mais serão prestados/executados. Em não mais havendo o desembolso previsto, também o estorno desses montantes é direito inalienável dos cooperados prejudicados.

Ademais, ao recolherem o prêmio de aproximadamente R$8,47milhões (pagos pelos 22.924 arrematados), empregaram recursos pertencentes a membros do quadro social não cafeicultores. Esse custo inicial por adesão à política foi ponderado no preço pago pelas compras efetuadas. Todavia, foi um CNPJ que não vai mais exercer a opção e não um CPF, não havendo bases legais para que esse custo seja transferido para os cafeicultores, devendo arcar toda a base cooperada com o prejuízo incorrido.

Certamente os debates sobre quanto efetivamente o cafeicultor que antecipou sua venda para as cooperativas deve receber será motivo de intensos debates. A solução de realizar sobras para depois distribuí-las não se deve aceitar, pois somente uma parte do quadro social carregou o risco. O imbróglio foi armado e, lamentavelmente, o poder judiciário será novamente acionado para solucionar os diferentes entendimentos criados por distorções provocadas pela ação lobista sobre política pública moderna e de grande êxito em outras culturas.

1 Detalhada discussão sobre o tema foi esboçada nos artigos:
VEGRO, C.L.R. Opções Públicas: entre o êxito e a necessidade de ajustes. Análises e Indicadores do Agronegócio, v. 8, n. 10, outubro 2013 & VEGRO, C.L.R. Desenho Míope. https://www.cafepoint.com.br/mercado/relatorios-mensais/desenho-miope-1-85566n.aspx
2 Disponível em: www.cecafé.com.br
3Disponível em: https://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios.aspx?cod_sis=2
4O exercício da opção implica no recolhimento de novas taxas, o preparo do lote segundo especificações da portaria e despesas com frete até armazém credenciado.
5Refiro-me à subvenção concedida pelo PEPRO, fartamente debatida por artigos nas redes sociais.
6 A média dos preços recebidos pelos cafeicultores paulistas em outubro de 2013 contabilizada pelo IEA foi de R$244,81/sc. Disponível em: https://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios.aspx?cod_sis=2
 

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CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

Eng. Agr., MS Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Pesquisador Científico VI do IEA-APTA/SAA-SP

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MARCEL INNOCENTINI

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 25/02/2014

Prezado Celso,

Percebo que sua análise é bem fundamentada e coerente. Porém não foi bem interpretada por alguns produtores, fato este que não degrada a qualidade de vossa análise. Concordo especificamente com as implicações da defasagem do prêmio (mercado X governo) e com a postura das cooperativas. Esta última, conforme apontamentos dos comentários, foi supostamente saldada através do reajustamento dos preços (pelo menos pela Cooxupé). No entanto, também vejo que a ações poderiam ser melhor planejadas, administradas e executadas pelo governo, visando a uma efetiva "ajuda" à parte mais frágil da cadeia produtiva: o produtor rural (com seu CPF). É fato que a ascensão recente dos preços surpreendeu a todos, motivada por um fator inesperado (clima), ainda mais quando se sabe que os volumes estocados são expressivos. A eventual execução das opções poderia acarretar, entre outros, transtornos logísticos, principalmente em MG, onde os armazéns públicos encontram-se abarrotados, e, principalmente, sabendo-se que poder-se-ia lançar mão de armazenagem nas próprias cooperativas (detentoras massivas dos mesmos contratos). Se essa maré de alta se sustentar por determinado período, poder-se-ia vislumbrar a "limpeza" dos armazéns públicos (que detém café dos contratos de opção de 2003 e 2009), gerando fôlego para a execução de políticas corretivas/equalizadoras mais bem planejadas e efetivas.  Enfim, sem dúvida, uma melhor gestão do prêmio ofertado poderia sanar, pelo menos em parte, alguns gargalos logísticos, operacionais e de defasagem tecnológica do próprio governo.

Parabéns pelo artigo.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 21/02/2014

Prezado PH

Veja, a interface entre políticas públicas e ações do setor privados são mediadas pelas possibilidade de valorização do capital dessas empresas. Não há outro parâmetro para perceber seus movimentos e estratégias. Quando a cooperativa, empresa coletiva, age sem o cuidado de não surrupiar o direito do cafeicultor explicitado na política (não exercício), há uma espécie de transmutação de sua natureza em que a acumulação não importa como configura-se como caminho inapelável.  

O argumento de que a operacionalização das opções seria complexa para os cafeicultores é bastante sedutora. Creio que preservar a transparência de mercado é mais ainda, fato desprezado nessa malfadada operacionalização.

As cooperativas por mais que se pregue o contrário precisam retomar suas origens. O cafeicultor carrega o risco do negócio e é para ele que os benefícios desse carregar esse risco deve ser destinado. Qualquer discurso fora desse direcionamento é diversionismo.

Abçs

Celso Vegro
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/02/2014

Caro Celso,



O equilíbrio entre as políticas públicas e as ações do setor privado é algo que carece de evolução, não há dúvida. Do seu lado, as cooperativas operacionalizam uma política pública que seria de difícil acesso à maioria dos produtores. Por outro, estas questões do papel da cooperativa enquanto empresa e enquanto representante do produtor por vezes se confundem.



Precisamos é de políticas públicas mais ágeis e tempestivas.



Um abraço,



PH


CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/02/2014

Prezados Cafeicultores

A autoridade do governo quando elaborou a política de opções foi para proteger os cafeicultores dos danosos preços oferecidos então (setembro de 2013). Estabeleceu preço de exercício em R$343,00/sc e concedeu a possibilidade para que os cafeicultores não entregassem seu produto ao governo caso os preços de mercados superassem esse teto estabelecido. A operacionalização dessa política pública por parte das cooperativas por mais legítima que possa parecer, surrupiou o direito de não exercício e isso contraria a política. Ademais, a política pública não pode ser escora para inflar balanços de empresas privadas (SA, LTDA ou Cooperativa). Não é para esse fim que os impostos são religiosamente recolhidos por todos os cidadãos.

Prezado Dornelles, se a Cooxupé está pagando a diferença é porque entendeu perfeitamente o ponto que apresentei no artigo e respeita o legítimo direito e interesse de seus associados. Parabéns ao amigo Paulilo e que outras cooperativas o acompanhem nessa certeira decisão.

Abçs

Celso Vegro
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 20/02/2014

Caro CELSO,´so para efeito de esclarecimento foi pago tambem a diferença do que recebemos para o preço do dia ,nos da cooxupe ate o ultimo dia ´ja esta dando,preço de ontem,100,00 reais bruto,na bica com 15%,sendo que o cafe da conab teria que ser de no  max  8%,,portanto descontando o premio e o juros(0,5 ao mes) o cooperado da cooxupe recebeu no total 390,00 reais por saca,dano um total de 149760,00,mais do que o exercicio,sendo uma bica com 15% de cataçaõ.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/02/2014

Sr. Mário Dornelles de Alvarenga.



Em seu comentário dele há 4 questões relevantes: 1. os cooperados receberam um valor maior do que o de mercado à época (R$290,00/sc), tendo recebido um adicional de R$20,00/sc em relação ao preço de mercado, fora as despesas de preparo, arcadas pela cooperativa. 2. acredita que o prêmio pago pelos produtores "foram de bom tamanho". 3. acha um absurdo "os produtores financiarem armazém com prêmio milionário". 4. tinha em mim um aliado e parece que, devido ao artigo, ele não o tem mais nessa conta.



Meu raciocínio quanto à essas questões:



1.       A comparação efetuada não é entre o preço pago pelas cooperativas aos produtores e o preço de mercado de então, e sim entre o preço de exercício e o preço de mercado agora. Na realidade, a segunda comparação é mais correta porque o exercício da opção se faria depois e não naquela época do leilão. Assim, se de fato ele ganhou R$20,00/sc naquela época, ao fazer isso, ele deixou de ganhar muito mais com a valorização do produto que agora se dá;



2.       O prêmio pago pelos produtores só foi de bom tamanho porque só tinha um vendedor disposto a subsidiar o prêmio; se fosse um mercado livre, o prêmio seria muito maior, como mostra seu artigo;



3.       No artigo não digo aos produtores financiarem armazéns e sim que, com o valor dos prêmios "justos" o governo poderia construir armazéns em locais estratégicos;



4.       Sendo um técnico ligado oficialmente à Agricultura (funcionário de um órgão de pesquisa da Secretaria), ser um aliado da cafeicultura é fazer análises com o maior rigor técnico possível, o que venho fazendo há mais de 20 anos. O artigo buscou defender os interesses do produtor de café, sem detrimento de nenhum outro agente da cadeia produtiva.
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/02/2014

Caro Celso,



Os R$111mil foram decisivos, fundamentais para eu conseguir, pelo menos, renegociar as dívidas com o banco e pagar encargos de final de ano. Sem ele, minha atividade teria sido simplesmente interrompida ali, pois os bancos fecharam as portas naquele momento, e hoje há apenas uma pequena fresta. Sem os R$290, minhas 384sc teriam valido pouco mais de R$90mil, insuficientes para eu "virar" o ano.



Veja bem: eu não teria recursos para esperar março e exercer as opções. Aliás, eu não teria nem meios para efetuar todo o trâmite exigido para a entrega do café nos moldes do leilão.



Um parêntese. Tentei fazer novo custeio: as exigências são impraticáveis, face à minha condição de cliente de segunda classe, que renegociou dívida. O dinheiro não saiu. O banco refuta o conceito de "cliente de 2a classe", mas é assim que me sinto, quando sei que há recursos, mas que eles não estão disponíveis para "quem renegociou". Para esses, só com garantias reais em dobro, avais, hipotecas, etc. Tudo por um maldito "a critério da instituição" na portaria que autorizou a rolagem. O que me irrita é que a partir do momento em que o preço da saca sobe, certamente o banco voltará a me ver com bons olhos, e voltarão a chover ofertas de crédito barato, em linhas que são abertas quando efetivamente não precisamos. Quando o preço cai e nossa situação beira o desespero, ficamos no limbo da carteira de clientes e os bancos se voltam para os planos de capitalização e vendinhas casadas de produtos bancários.



Voltando ao ponto central, posso até concordar com seus argumentos. Olhando friamente os números, eu entendo que "ganhei" R$20mil na época, e "perdi" R$30mil hoje. Mas aqueles R$20mil, creia, fizeram a diferença entre seguir e abandonar minha lavoura. Entre a dignidade de pagar os salários ou assumir para os funcionários que eu sequer conseguiria dispensá-los de maneira legal.



Obrigado pelo debate. Entendo sua posição, mas realmente não me sinto iludido ou traído pela cooperativa, uma vez que meu problema foi ali equacionado (resolvido, só em 2016!). Deve haver muito produtor que realmente perdeu. Mas não é o meu caso.



Abraços,



...Marden.
AFONSO HENRIQUE BISCARO

VARGINHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/02/2014

Sr. Celso Vegro



No que me diz respeito, participei dos leilões de opção através da Cooperativa dos Cafeicultores de Varginha (Minasul) e ví que os critérios da cooperativa foram de muita transparência e espirito cooperativo.

Acredito que o Sr.deva estar  "contaminado" por argumentos muito usados por exportadores de café que sempre os usam com o fim específico do enfraquecimento das cooperativas, que em ultima analise, nos entregariam (nós cafeicultores) aos lobos do mercado.

Em tempo:  as cooperativas que compraram cafés de seus associados o fizeram pelo preço de mercado do dia.  As despesas com o preparo, troca de sacaria, etc.. foram autorizadas pelos detentores das opções na expectativa da futura entrega dos lotes ao governo, coisa que, hoje, não deverá ocorrer.

Obrigado



Afonso Henrique Biscaro
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/02/2014

Prezados Mário e Marden



Percebam o argumento: os contratos de opção permitem o não exercício em caso de alta do mercado. A operacionalização desses contratos pelas cooperativas produziu uma distorção que foi subtrair do cafeicultor o direito de não exercer a venda. Assim, a natureza da política elaborada pela autoridade do MAPA foi desvirtuada em sua premissa e de sobra foi útil para fazer crescer o balanço da cooperativa.



Não descarto que havia aqueles que precisavam naquele momento dos recursos oferecidos e que naquela precisa hora foram decisivos. Verdade verdadeira.  Marden suas 384sc aos 290 valeram R$111.360,00 enquanto que aos preços de não exercício (direito seu por ter participado dos leilões de opções públicas) seria de R$142.080,00, ou seja, diferença de R$30.720,00 pelo lote. Por maior que seja seu espírito cooperativista, ver escapar de suas mãos esse montante é algo extraordinário, não acha?



Em meu entender não existe contrato (formal ou não) que se sobreponha aos interesses do quadro social. Se o cooperado assinou documento aceitando os R$290,00 oferecido pela cooperativa essa transação não está acima de seu interesse econômico enquanto proprietário da empresa coletiva. Desfaçam-se todos os negócios! Que esse clamor alcance a todos os que foram seduzidos pelos malfadados R$290,00/sc e que recebam agora o que de direito lhes pertence.





Abçs



Celso Vegro
MARDEN CICARELLI

MONTE CARMELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 19/02/2014

Prezado Celso,



Sou cooperado da Cooxupé, e tudo se passou, a meu ver, de maneira bastante transparente e sem qualquer problema para o cooperado. Recebi, adiantado, em um momento em que a saca de café estava a R$250, o valor de R$290 livres. Considerando os juros do adiantamento, o valor da opção, o preparo, frete, sacaria e tudo mais, considerei justo o valor. Eu venderia café, de qualquer forma, naquele momento. Na minha situação específica, houve um ganho de R$40 por saca.



Posteriormente, em função do aumento de preço, a cooperativa fez proposta para que abrisse mão da opção, pagando ainda a diferença entre os R$290 e a cotação do dia. Na prática o que ocorreu comigo foi a capitalização no momento em que eu mais precisava, e ainda recebi mais um fôlego agora em meados de fevereiro.



Quanto à divisão, a cooperativa fez uma proporção equivalente à quantidade de sacas que o produtor tinha estocada naquele momento, com o teto das 500 sacas por produtor, sempre condicionado à quantidade de opções adquiridas por ela. Coube a mim, se bem me lembro, 384 sacas.



Enfim, creio que no meu caso específico, fui bastante beneficiado, uma vez que recebi bem mais pelo meu café em um momento em que os preços estavam muito deprimidos. E ainda recebi mais uma "beiradinha" agora -- dinheiro que eu nem esperava.



Não sei se o produtor que não precisava de dinheiro naquele momento tem o mesmo sentimento que eu, mas realmente nada tenho a reclamar; pelo contrário, foi para mim uma tábua de salvação que fez com que eu conseguisse "chegar" até aqui mantendo minimamente os compromissos em dia.



Obrigado.
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 19/02/2014

Caro Celso,em primeiro lugar os cooperados que venderam os cafés da opçaõ por 290,00 tiveram um premio em media de 20,00 reais sobre o entaõ preço de mercado,as despezas de preparo ,em muitos casos teve que ser realizada em parte antes desta alta afim de dar tempo para a entrega,quanto ao premio por nos pago foi de bom tamanho,quanto a financiarmos armazem com premio milionario,me parece um absurdo,tinha em vc um aliado dos cafeicultores,tamanha decepção com este artigo que vc escreveu.

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