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Série 'Potenciais Concorrentes do Café Brasileiro': Índia

ESPAÇO ABERTO

EM 23/07/2013

5 MIN DE LEITURA

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O Bureau de Inteligência Competitiva do Café lança novo volume da série 'Potenciais Concorrentes do Café Brasileiro'. O objetivo do trabalho segundo os pesquisadores é ressaltar os pontos fortes e fracos dos países produtores, bem como as ações das instituições privadas e dos governos desses países, que definirão o futuro do setor. 

Índia

País de aproximadamente 1,250 bilhão de habitantes, banhado pelo Mar da Arábica e
pelo Golfo de Bengala - localizado na parte nordeste do Oceano Índico, ao sul da Ásia.

O clima da Índia varia de tropical chuvoso e monções ao sul a temperado ao norte. Possui o décimo maior PIB mundial e a terceira colocação em paridade de poder de compra, porém  ainda figura como uma economia emergente. Os setores responsáveis pelo crescimento  econômico do país são: o agrícola (17%), o industrial (18%) e o de serviços (65%). Vale destacar que o setor agrícola, mesmo ficando em terceiro lugar quanto ao crescimento econômico, é  responsável por três em cada cinco empregos no país e por 50% do sustento e sobrevivência da  população que depende diretamente deste. A Índia é hoje o sexto maior produtor de café, sendo que a maior parte da sua produção é de Robusta (aproximadamente 70%). O setor  agrícola tem crescido por meio da agricultura de subsistência e da atividade extrativista (mineral e vegetal), destacando a cultura de arroz, algodão, chá e trigo. 

Pontos Fortes

- Financiamentos para programas destinados a facilitar a produção e a
exportação;

- Replantios para substituir árvores velhas com baixa produtividade e
aumento nas áreas cultivadas de café;

- Crescimento do consumo interno (6,5% ao ano) e do segmento de
cafeterias;

- Condições meteorológicas favoráveis para a produção;

- O robusta indiano tem grande procura pelos compradores internacionais
(Europa) - melhor café robusta lavado do mundo;

- Melhoria nas práticas agrícolas que impulsionaram a produção.


Pontos Fracos

- Pragas e doenças que afetam a produção do café arábica;

- Custos trabalhistas e dos insumos agrícolas altos;

- Escassez de mão de obra qualificada;

- Baixo uso de mecanização devido à irregularidade dos terrenos;

- Grande consumo de chá (75g/per capita ano de café contra 730g/per
capita de chá);

- Preço do café é elevado em comparação com o chá (quatro vezes o
preço do chá).

Ações

1) Produtores fazem replantios para substituir as plantações velhas (2 – 3% ao ano);

2) Prática da reexportação (importa café verde para processar e exportar), gerando maior  competitividade à indústria devido ao preço do café importado ser mais barato;

3) Financiamentos para programas destinados a facilitar a produção e exportação,  como: subsídios para aumentar a produção e  melhorar a qualidade; seguros para as principais regiões produtoras contra chuvas; subsídios para melhorar o processamento (industrialização) do café; subsídios para aumentar as exportações de cafés indianos para mercados internacionais, como Estados Unidos, Canadá e Japão; apoio para replantio de café nas principais regiões produtoras; apoio para aquisição de máquinas;

4) Uso de práticas de marketing, como a  divulgação da qualidade do robusta, na promoção das exportações, visto que 60% da produção são exportados (80% grãos, 15% solúveis, 5% outros).

Considerações

- A produção de café na Índia não sofreu variação do ano safra 2011/2012 para o
2012/2013, e a estimativa para 2013/2014 é que a produção não se altere, permanecendo com o volume de aproximadamente 5,2 milhões de sacas. Deve-se  ressaltar que, de 2000 até 2012, a produção de arábica tem decrescido (-2,5% a.a.), sendo substituída pelo robusta que apresenta taxa de crescimento de 3,0% a.a.;

- As importações não sofreram variações do ano safra 2011/2012 para o 2012/2013 e a estimativa para 2013/2014 é que não ocorram variações significativas. Acredita-se que nos próximos cinco anos a Índia importe café para o consumo interno e não apenas para a prática da reexportação;

- As exportações não tiveram alterações significativas do ano safra 2011/2012 para o ano safra 2012/2013, porém tendem a diminuir no futuro devido ao aumento do consumo interno;

- As plantações de café são concentradas em áreas de até 10 ha (70%), enquanto as
fazendas maiores respondem por 30% da produção;

- O país é grande exportador de café devido ao conjunto de incentivos à exportação,
concedidos pelo governo.

A cafeicultura indiana possui elevada dependência das exportações. A desvalorização
da moeda local, a Rúpia, frente ao dólar, pode favorecer os ganhos com as exportações, pois faz com que estas se tornem mais competitivas.













 
A Rúpia indiana está se desvalorizando, como mostra o gráfico (atualmente, 1 dólar
equivale a 60 mil Rúpias), essa tendência pode favorecer a produção indiana e
consequentemente ser prejudicial às exportações brasileiras.

Contudo, a desvalorização da Rúpia pode gerar inflação e redução no crescimento do PIB - atualmente é um dos maiores no mundo (10% a.a.); que juntamente com uma infraestrutura insuficiente, uma burocracia pesada, altas taxas de juros e uma dívida social elevada, poderão dificultar investimentos do governo em programas destinados à agricultura, que consequentemente poderá afetar a produção de café do país.

Cenário

Ações por parte do governo, como os financiamentos para os programas que subsidiam e apoiam a produção e exportação de café na Índia, vem trazendo resultados favoráveis para que o país permaneça como uma potência no setor cafeeiro. Considerando a produção, uma simulação simples pode ser obtida quando se compara a área plantada de café com a que é colhida. A produtividade alcançada a partir da área colhida é de 14 sacas por hectare, que transferida à área  plantada, gera uma produção de 5.800 milhões de sacas. Contudo, vale ressaltar que esse crescimento poderá ser limitado pela necessidade de se produzir outros alimentos nas áreas destinadas a cafeicultura para suprir a grande demanda do mercado interno.

A Índia tem expandido sua capacidade de produção de café solúvel, o que associado à
localização geográfica privilegiada, quando comparada ao Brasil, em relação aos principais mercados emergentes (Rússia e China) e a Europa, pode prejudicar as exportações brasileiras. Outra vantagem da Índia é que sua indústria de solúvel é favorecida pela importação de cafés baratos do Vietnã e Indonésia para posterior reexportação com valor agregado (industrializado).

Sobre o Bureau

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é um programa desenvolvido no Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio café no mundo. O Bureau contribui com o CaféPoint por meio de seu Blog no Portal, coordenado pelo Prof. Luiz Gonzaga Castro Junior e pelo Ms. Eduardo Cesar Silva.










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AMILTON BARBOSA BOTELHO

MAUÁ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/07/2013

muito boa matéria,precisamos ficar atentos com nossos concorrentes.
CLAUDINEI DE PAULA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/07/2013

O maior concorrente da nossa cafeicultura não são os outros paises, mas sim a falta de uma politica séria para o setor.

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