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Torrefador compra com pouca liquidação de fundos

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 08/12/2014

4 MIN DE LEITURA

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O dólar americano teve uma valorização acentuada nesta semana subindo 1.20% contra uma cesta de moedas, na qual o Euro tem o maior peso, atingindo o mais alto patamar desde março de 2009. A divulgação do último dado da criação de postos de trabalhos nos Estados Unidos, totalizando 321 mil novas posições, e a mantendo inalterada a taxa de desemprego nos 5.8% deram mais combustível aos investidores para levar o S&P500 e o Dow Jones às novas máximas. A queda do barril do petróleo também contribui, pois na prática funciona como um corte de “impostos” aos consumidores.

Foto ilustrativa: Lidia Marques/ Café Editora
 
Foto ilustrativa: Lidia Marques/ Café Editora


O CRB, BCOM e o SPGSCI tiveram baixas de 0.80%, 0.66% e 1.30%, respectivamente, empurrados pelas quedas das commodities energéticas, o suíno-magro, o café e o açúcar.

O contrato de arábica teve o pior fechamento desde julho último, cedendo US$ 9.72 nos últimos cinco dias e gradualmente “alimentando” as fixações de comerciais que o relatório de participantes, COT, demonstrou na sexta-feira. A semana começou volátil com uma queda inicial que na sequência teve uma recuperação, saindo de 183.85 para 190.80, dando um frio na espinha dos baixistas que apostavam no rompimento dos 180 centavos no mesmo dia (os baixistas já apanharam tanto este ano que o medo não é pequeno). Entretanto a alegria dos altistas durou pouco e na terça-feira Nova Iorque devolveu os ganhos e desde então tem feito novas mínimas, com menores solavancos.

Um dos motivos para o momento negativo é o reflexo das liquidações de outras commodities e o fortalecimento do dólar. Ao mesmo tempo as boas chuvas e a manutenção do cenário de alta disponibilidade de café, com os elevados estoques privados no Brasil e nos destinos, deixam os fundos receosos de colocar novas compras nos livros.

Para as duas principais origens do arábica o efeito só não é mais perverso, pois suas moedas estão desvalorizando. O Real, por exemplo, voltou para próximo de 2.60, e o peso colombiano neste segundo semestre já perdeu 12% de seu valor contra o dólar. Por sinal, a recuperação da produção da Colômbia juntamente com o câmbio mais fraco ajuda o país a ter as mais altas receitas com a exportação do café que se tem registro, e o presidente Juan Manuel Santos espera em breve uma safra de 14 milhões de sacas.

A aproximação do final do ano tem trazido revisões e análises para os preços do café em 2015. Um banco alemão prevê o arábica a US$ 230 centavos por libra, e o robusta a US$ 2300 por tonelada no fim do ano que vem, justificando com o déficit mundial esperado. Outro banco, americano, aponta a safra brasileira em 44.7 milhões de sacas, indicando preços do “C” a US$ 215.00 no primeiro trimestre do ano, e US$ 240.00 centavos no fim de 2015. O curioso é que eu creio que ao fim de 2015, ou até um pouco antes, o mercado vai estar precificando a safra 16/17, que potencialmente pode ser significativa – salvo novos problema climáticos. Com isto em mente minha opinião é que o flat-price ficaria mais fraco, e um aperto no físico seria traduzido nos diferenciais, que então firmariam por alguns meses no spot e embarques curtos.

Na conferência de café que ocorreu no Vietnã esta semana foi debatida o tamanho da safra que o país está colhendo, com alguns traders acreditando na repetição do volume de produção e outros vendo árvores cansadas que podem fazer do atual ciclo levemente menor. Da vizinha Indonésia espera-se uma produção de um pouco menos de 400 mil sacas, ou 10.8 milhões, e o consumo local deve subir de 5 para 5.8 milhões de sacas, um crescimento bem acima da média mundial (estimada em 1.5% a 2% para o próximo ano).

Um torrefador americano aumentou os preços de seus cafés para o segmento de dose-única, algo inédito e inesperado. Em linhas gerais isto indica apenas um ajuste em uma área que as margens são mais generosas e o consumidor tem um poder aquisitivo maior. Entre os produtos torrado/moído nem nas partes mais ricas da Europa a indústria consegue passar uma porção da alta que a bolsa teve no ano, o que força um exercício para fazer misturas (blends) menos custosas.

Os diferenciais no físico apertaram um pouco, natural pelo movimento do terminal, mas a movimentação nas origens não foi nada de excepcional.

O fechamento da semana dá uma esperança aos altistas, que por ora não viram nenhuma liquidação significativa da posição dos fundos. Melhor seria se os fundos já estivessem vendendo enquanto a indústria compra, pois se eles esperarem muito e o nível de cobertura do torrefador aumentar, depois as cotações ficarão mais vulneráveis com poucos “goleiros”.

Um fechamento abaixo de US$ 180.00 centavos vai estimular novas vendas e faz US$ 170.00 centavos o próximo objetivo.
Uma boa semana e bons negócios a todos.


*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

RODRIGO CORREA DA COSTA

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