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Movimentação do físico destrava no mercado interno brasileiro

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 23/03/2015

3 MIN DE LEITURA

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Foto ilustrativa: Alexia Santi/agencia ophelia/ Café Editora
Foto ilustrativa: Alexia Santi/agencia ophelia/ Café Editora

O FOMC (equivalente ao COPOM brasileiro) retirou a palavra “paciência” de seu comunicado sobre a mudança da política monetária ao fim da reunião do comitê na quarta-feira, mas ao mesmo indicou que o incremento dos juros, quando acontecer, será pequeno e a taxa do FED Funds ficará baixa por um tempo maior do que o mercado esperava.

A reação imediata foi uma desvalorização do dólar americano em 3% contra o Euro, 1.5% contra o Real e o índice dólar (uma cesta de moedas) escorregando 1.5% nas horas finais do pregão do dia. As bolsas de valores responderam com valorizações fortes levando alguns indicadores Europeus a novas altas históricas e as bolsas americanas recuperaram as perdas recentes.
Os principais índices de commodities também saíram das mínimas em uma clara reversão de posição dos fundos de algoritmo, que vendem matérias-primas quando o dólar firma, e compram quando o inverso acontece. O café em Nova Iorque liderou os ganhos entre os componentes do CRB, subindo 10.44% em cinco dias, ou US$ 13.55 centavos por libra, seguido pela prata, trigo e algodão. Níquel, suíno, petróleo e cacau foram os únicos que caíram, entre 1% e 2.58%. O robusta em Londres também teve uma performance sólida, de menor magnitude, como de costume, mas ainda assim ganhando US$ 112 por tonelada.

O movimento inicial foi provocado pela parada momentânea das vendas dos fundos, desencadeando na sequência recompras de posição dos “algos” e de alguns operadores que usam os gráficos como instrumento de trading. O fechamento anima para uma continuação de uma alta, muito embora na sexta-feira, quando o Real brasileiro saiu de 3.3148 para 3.2020, era de se esperar uma reação positiva do café.

A sustentabilidade da alta vai depender do dólar, já que os fundos não estão tão vendidos quanto poderiam e os comerciais têm um recorde de posição comprada. Entretanto há entre US$ 10 ou US$ 20 centavos de espaço para subir no curto-prazo, sabendo-se que a participação das origens deve aumentar ajudada por novas quedas de moedas de países produtores como o Brasil e Colômbia.

A movimentação do físico destravou no mercado interno brasileiro permitindo um leve alargamento da reposição. Entre os suaves a atividade deve diminuir de agora em diante, exceção aos colombianos que tem a safrinha para negociar. Do lado do robusta paira uma grande preocupação, pois os fundos naquele mercado ainda estão comprados, o Vietnã tem segurado suas vendas ou pior, nas atuais condições, rolando suas fixações, e há a perda de market-share vietnamita na América do Norte que só deve ser amenizada se de fato a safra do conilon diminuir. A arbitragem, portanto deve ter visto seu ponto mais estreito.

Algumas “trading-houses” divulgaram suas estimativas para a oferta e demanda mundial, umas apontando para um déficit corrente de quase 7 milhões de sacas e provavelmente um maior em 2015/2016, e outras citando um déficit atual de 2 ou 3 milhões e uma situação equilibrada no próximo ciclo. As diferenças de opiniões são significativas para o prognóstico futuro dos preços.

Cooperativas brasileiras também têm visões distintas. Uma delas menciona uma safra 2015/2016 similar com a 2014/2015, mas a maioria ainda vê a próxima safra sendo menor em função da seca.

Os estoques americanos em fevereiro caíram 156,448 sacas, diferente da média histórica que no período tem um incremento dos inventários. Um dos motivos por trás foi a greve na costa oeste dos Estados Unidos.

Vamos ficar de olho no nível de US$ 142.20 para o contrato de maio da ICE, suporte que se rompido faz do atual comportamento do mercado uma mera correção técnica. A resistência que queremos ver o “C” ultrapassando está em 155.00 centavos, patamar que muitos vêem como objetivo para entrar mais agressivo no lado vendido.

Uma boa semana com excelentes negócios a todos.


*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting 

RODRIGO CORREA DA COSTA

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NISIO JOSE SOARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 06/04/2015

Prezado Rodrigo,



Agradeço pela sua atenção com resposta esclarecedora e amistosa. Esperamos que os "players" tenha uma leitura realista das projeções de oferta e demanda



Nisio José Soares.


CLÁUDIO BARBOSA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 03/04/2015

Bom dia, Rodrigo, e muito obrigado pela atenção que nos deu com sua resposta.

Cláudio Barbosa.
RODRIGO CORREA DA COSTA

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2015

Caros Claudio, Mario e Nisio,



Respondendo de forma unificada as perguntas/comentários vale lembrar que a percepção dos participantes do mercado quanto as disponibilidades (produção e estoques) e consumo são importantes para ditar tendências de preço durante algum período, até que sejam confirmadas ou negadas.



Dados estatísticos mais díficeis de serem questionados como, por exemplo, as exportações divulgadas pela CECAFE ou mesmo pelo Ministério do Comércio, são o ponto de partida de diversos analistas para validar o quadro geral de producao/consumo. Junta-se a isto o que se diz ser o consumo interno e, de maneira inversa, chega-se ao volume produzido + estoque, ambos que tem intervalos grandes entre mínimo e máximo dependendo de cada fonte.



Se os números oficiais, por exemplo, são usados para tomada de decisão de comercializacão ou gerenciamento da cultura, e estes mesmo dados - considerando a "checagem" que mencionei acima - acabam sendo divergentes, há sim a possibilidade de se desenhar estratégias que não respondam as expectativas iniciais. Diga-se de passagem as estratégias tem de se adaptar à novas informações, ou seja é necessário corrigir o perscurso ao longo da jornada.



Acho pertinente as discussões e visões diferentes, lembrando que é legítimo que cada participante acabe olhando para seu interesse individual, não por ser o ideal, mas sim por fazer parte da natureza humana.



Os fundos, ou investidores, erram  bastante e perdem dinheiro várias vezes. A grande diferença é que como há uma alavancagem grande, os riscos são disciplinadamente respeitados, ou em outras palavras, quando eles perdem, digamos 10% do valor investido, pouco importa o que o operador de mesa do fundo acredite sobre o fundamento, pois ele será forçado a liquidar sua posição, e eventualmente o mesmo será mandado embora se isto ocorrer repetidamente. Os mesmos fundos por outro lado quando estão em uma posição ganhadora deixam os lucros "correr", ajustando seu ponto de saída. Para ilustrar, imagine que o fundo tenha comprado café a 100.00 centavos com o objetivo de ganhar 15% e então o mercado pula para 120 centavos. Ao invés de liquidar tudo ele vai ajustando seu ponto de saída para 2% abaixo do patamar atual, que seria no caso 117.60, e vai movendo para cima conforme o mercado vai em sua direção.



O jogo de futuros é de soma zero, para alguém ganhar alguém tem de perder o mesmo tanto. Estar certo ou errado não é sempre o mais importante, pois se demorar muito para acontecer o cenário traçado o dinheiro pode ser insuficiente para segurar uma posição.



Em geral sou otimista para esta disseminação de informações e opiniões diferentes, que embora não tornem o trabalho de filtragem de dados simples, ao menos nos forçam a exercitar os números e estatísticas, recebendo inputs que pode nos fazer mudar de lado, se nos convencerem que estamos errados, ou reforçar nossas crenças.



Um forte abraço,

Rodrigo Costa
NISIO JOSE SOARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 24/03/2015

Estes fundos especulativos mantém seu eterno reinado, sem dar bola para fundamentos do mercado, uma vez que o café é um produto de países periféricos. Operam assim e determinam diariamente os preços por deter imenso poder financeiro no adorado mercado perfeito.Pelos grandes volumes operados fazem o preço que querem.  Do lado dos países produtores, não existe política de retenção de vendas sob preços depreciativos determinados pelos fundos especuladores, nem empreendimentos locais que capturem os estágios de industrialização e comercialização do café, com geração de valor e empregos. Enquanto isso, ficamos exultantes com os milhões de sacos grãos exportados que lá na frente vão criar elevadas margens na cadeia de industrialização e comercialização, enquanto os produtores tentam ser equilibristas em corda bamba.  
MARIO DORNELLES DE ALVARENGA

PERDÕES - MINAS GERAIS

EM 24/03/2015

Com todo respeito que tenho por vc Rodrigo,não consigo enxergar o preço do arabica sem se levar em conta a safra brasileira;e o que vejo,são safras proximas de 30 milhoes para 2014,2015 e2016;e isso por si só deveria manter o preço acima de150 centavos por libra;porem a especulação ignora os fundamentos tecnicos.Isso vai acabar mal para os baixistas qdo a safra começar a ser colhida!
CLÁUDIO BARBOSA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/03/2015

Boa tarde, Rodrigo.

Vou repetir em linhas gerais o que já comentei aqui sobre outro artigo seu: neste mesmo boletim do Cafepoint há outro citando que "dados brasileiros não têm a confiança do mercado internacional", sendo explicado que "Materiais apuradas em campo e que, com o tempo, se comprovem mais próximos a realidade devem ser mais bem vistos pelo mercado, mas isso leva tempo". Pergunto retoricamente: o que seria este tal de "tempo"? O Brasil produz café há literalmente séculos, a tecnologia para controle em centenas de outras áreas de produção existe há décadas, então repito assertivamente: que mané tempo, o que existe é um misto de desinteresse de um lado e/ou um gigantesco interesse do outro - certamente de muito maior poder - para que mecanismos efetivos de controle de estoque e de produção não sejam colocados em prática, permitindo que quem ganha com a falta de informação fidedigna se beneficie absurdamente, enquanto nós, os produtores, no máximo ficamos tentando entender o nosso papel nessa cadeia produtiva.

Cláudio Barbosa.  

   

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