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Mínimas mais altas com o suporte de torrefadores

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 01/11/2016

4 MIN DE LEITURA

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O cenário macroeconômico parece estar passando por uma transição com os juros dos títulos de dívidas soberanas aumentando, com o fortalecimento do dólar americano e uma pausa nas valorizações dos mercados acionários.

Há um ano vivíamos uma situação similar quando a aproximação do fim do ano trazia uma perspectiva de aumento dos juros americanos, um enfraquecimento da moeda chinesa e crescimento de PIBs tímidos diante de tanto estímulo monetário.

O fim do ciclo do aumento dos balanços dos bancos centrais mundiais pode fazer dos investidores menos agressivos depois de uma temporada de ganhos que resistiram ao “Brexit” e a fragilidade de algumas instituições financeiras – principalmente na Itália.

Por outro lado o apetite ao risco e exposição nas commodities acumula no ano o maior volume de recursos investidos desde 2009, o que ajudou as matérias-primas energéticas a recuperarem forte, assim como os “softs”, metais preciosos e até alguns grãos.

O café em Nova Iorque teve outro rally acentuado durante a última semana, inicialmente empurrado pelo Real que negociou a 3.1022, nível mais forte desde 2 de julho de 2015 e na sequência atraindo compras de fundos que com o rompimento de resistências técnicas importantes empurraram o contrato “C” para preços que não víamos desde fevereiro de 2015. Londres também fez uma nova alta recente, mas de forma mais tímida e com baixa volatilidade e volume.

A subida do terminal vem em bom momento para a Colômbia e os países da América Central, dado estarem no começo de suas safras e o primeiro tendo a vantagem de sua moeda enfraquecida fazer com que o arábica da ICE convertido em centavos de pesos-colombianos por libra-peso negocie em patamares de outubro de 2011. A grande diferença é que na época o país estava colhendo menos de 8 milhões de sacas e agora estar produzindo 15 milhões de sacas.

Para os brasileiros os preços em reais ultrapassam os de um ano atrás, não no gráfico de NY em reais, mas na negociação interna que forçou a indústria local a competir com os importadores do grão brasileiro dada a falta de cobertura de posições e a safra menor do conilon.

Este fator do quadro interno brasileiro deve ter um ponto aonde descolará, ou seja, quando a indústria parar de cobrir suas necessidades e dosar suas compras os diferenciais entre as qualidades brasileiras voltarão a alargar, afinal o mercado consumidor brasileiro só pode torrar 20 milhões de sacas e a produção do atual ano-safra é estimada entre 50 e 60 milhões de sacas (dependendo das estatísticas de cada agente). Em outras palavras: não dá para vender tudo para a indústria local, o que não significa que veremos os diferenciais entre o baixo e o fino alargar para R$ 200.00 a saca, mas ficar a R$ 60.00 por muito tempo é improvável.

Pontualmente, entretanto, a demanda local tira hedge de Nova Iorque. Na verdade provoca uma cobertura de posições vendidas, pois quem estava fixado para exportar e vende para os torrefadores locais, acaba recomprando o hedge para entregar no mercado doméstico. Juntam-se a isto os fundos comprando notícias (velhas) altistas e a indústria internacional tendo uma cobertura pequena de futuros (apontada pelo COT) e, portanto correndo atrás do atraso para evitar perdas maiores, e o volume de vendas no terminal não consegue alimentar a volúpia dos especuladores.

Os exportadores brasileiros aproveitam para colocar para dentro cafés a diferenciais mais largos, não tanto quanto gostariam, mas uma posição que deve se mostrar ganhadora no segundo trimestre de 2017 quando potencialmente a escassez de vendas dos produtores será aguda. Os torrefadores americanos, europeus e japoneses por ora em nada se preocupam com os diferenciais, dado o conforto nas ofertas do FOB e disponibilidade no SPOT, mas o preço da fatura inevitavelmente sobe a cada dia que não tem fixação de contratos futuros.

O fluxo de negócios no físico, a compra de fundos da indústria e de trade-houses fez com que o número de contratos em aberto do “C” atingisse um novo recorde, e aos que acham que os fundos não podem comprar mais o mercado de açúcar deu uma lição para se ter cautela com este argumento – pois os mesmos não pararam de bater recordes de novos longs (compras).

O relatório da sexta-feira do CFTC mostrou os especuladores agora comprados em 51,090 contratos, ou um incremento de 12,051 lotes em 5 dias. Provavelmente as novas compras de quarta a sexta-feira acumulam outros 5 mil lotes, ou seja, os fundos estão long próximo de 56 mil lotes. Tecnicamente enquanto o mercado se manter forte as chances de realização são pequenas, por outro lado um fechamento abaixo de 162.70 pode trazer uma enxurrada de vendas.

Resta saber se um movimento abaixo do nível acima mencionado não atrairá os torrefadores para prover liquidez suficiente evitando uma liquidação que normalmente acontece no café quando não há um evento climático como pano de fundo.

Eu acredito que o mercado encontrará suporte a níveis maiores, ou seja, fará mínimas mais altas. Só não podemos ver o terminal romper os 145.00 centavos, pois então quem vendeu opção de venda (put) para comprar proteção de alta (calls) ficará mais comprado do que precisa, e tudo indica que o grande volume deste tipo de estratégia que vimos negociar há algumas semanas foi feita pela indústria torrefadora.

Uma ótima semana e bons negócios a todos,

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting 

RODRIGO CORREA DA COSTA

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