Nesta quinta-feira, em NY, a queda dos preços dos contratos em relação ao dia anterior ultrapassou a casa dos 5,4%. Na semana, a desvalorização passa dos 7% para todos os vencimentos. Considerando o período de um mês, no entanto, a situação é de preços valorizados, ao redor de 6%.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Graficamente o mercado quebrou a reta de alta e está sujeito a mais realizações com suporte em 150,10 cents/lb. O MACD (indicador) está revertendo o sinal para baixa, de acordo com Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros.

"0 momento é de exercitar a calma", disse Marcus Magalhães, da Maros Corretora. Para ele, este é o melhor conselho para os envolvidos no mercado de café considerando o resultado deste final de dia na ICE Futures US (NY). "As volatilidades internacionais passaram dos limites razoáveis, posição que indica que decisões de recompras poderão surgir, no curtíssimo prazo".

Magalhães comenta que o movimento de hoje nas bolsas de café foi de caráter técnico e potencializado por "sell stops" atingidos abaixo de 1,6000 cts/lb na posição mai/08. "A verdade é que cair 1000 pts em 15 minutos pode ser, no mínimo, "uma insanidade" sem consistente explicação", ressalta.

O quadro fundamental do setor café continua sólido e construtivo, representando de "forma macro" um suporte bem interessante para o mercado cafeeiro, finaliza Magalhães.

O volume operado nesta quarta-feira foi de 34.052 contratos, o volume de opções de venda e compra foi de 19.032 contratos. O número de contratos futuros em aberto em todos os vencimentos para esta sessão foi de 190.979 contratos com redução de 1.109 lotes em relação a sessão anterior.

As exportações brasileiras acumuladas até o dia 06 de março somam 270.133 sacas de café arábica. Não houve embarques de conilon em março até então, enquanto que no mesmo período do mês anterior houve 9.410 sacas embarcadas. No caso do arábica, o resultado das exportações de março são 39,5% inferiores ao mês anterior. Até 06 de fevereiro haviam sido embarcadas 446.573 sacas de arábica.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

O dólar comercial inverteu o sentido na tarde desta quinta-feira (6) e passou a operar em alta em relação ao real, depois de ter caído durante a manhã, de acordo com o InfoMoney. O dólar compra também fechou em alta (+0,12%), cotado em R$ 1,671. No mês, apresenta queda de 4,63%.

A divisa passou a subir, pressionada pela piora do cenário externo, em meio a novas dificuldades no setor de crédito e preocupações com o aumento dos índices de inadimplência e execução de hipotecas nos EUA, em dia de agenda econômica esvaziada.

Mesmo com a recuperação desta jornada, o câmbio ainda está em patamares de 1999. Graças, sobretudo, à moeda norte-americana, que vem registrando desvalorização cambial em diversos mercados ao redor do mundo. Entre várias explicações, vale ressaltar que a taxa básica de juro dos Estados Unidos está muito abaixo da praticada em outros países.

Nesta quinta-feira, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra mantiveram suas taxas de juro, em 4% ao ano na zona do euro e em 5,25% no Reino Unido. No Brasil, o Banco Central também optou, na quarta-feira (5), por não alterar a Selic, fixada em 11,25% ao ano. Nos EUA a Fed Fund Rate está em 3%.

Pela manhã, quando o dólar ainda apresentava queda, o Banco Central interveio no mercado de câmbio, anunciando leilão de compra da moeda. A autoridade monetária comprou dólares à taxa de corte de R$ 1,6665.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Mercado do robusta

Mesmo com queda acima de 5% nesta quinta-feira, a situação é mais confortável no mercado futuro do robusta. Os preços seguem valorizados acima dos 19% para todos os vencimentos, no período de um mês. Considerando a semana, houve recuo de 2,06% para mar/08, 3,49% para maio/08 e 3,90% para jul/08.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

Na BM&F, os preços dos contratos apresentaram recuo na semana. Maio/08 (-7,98%); jul/08 (-7,04%) e set/08 (-7,65%). Em relação ao período de um mês, as cotações seguem valorizadas. Maio/08 (+3,01%); jul/08 (+4,70%) e set/08 (+3,72%). A volatilidade voltou a subir, nesta quinta-feira, aproximando-se dos valores atingidos em dias anteriores, segundo tabela abaixo.


Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Mercado físico

O mercado físico apresenta valorização no período de um mês, na maioria das praças levantadas pelo CaféPoint. O conilon teve melhores resultados, com variação positiva acima dos 8%, o arábica chegou, no máximo a 6%, em Vitória da Conquista/BA. O indicador Esalq-arábica, entretanto, registra queda de 1,70% neste período e o conilon, alta de 8,74%. A semana foi negativa tanto para o arábica quanto para o conilon, reflexo da combinação das quedas do mercado futuro do café e do dólar.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint